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Relações familiares: "O PSD veio buscar lã e saiu tosquiado"

A eurodeputada socialista Ana Gomes tece duras críticas à oposição na questão das nomeações de familiares, não deixando de criticar, também, a desvalorização que o atual Governo concedeu ao tema.

Relações familiares: "O PSD veio buscar lã e saiu tosquiado"
Notícias ao Minuto

23:19 - 07/04/19 por Anabela Sousa Dantas

Política Ana Gomes

No entender de Ana Gomes, a questão das relações familiares em cargos políticos “é uma questão de ética” porque “tem tudo a ver com transparência” e necessidade de regulação sobre o assunto não põe cobro a essa lacuna, quando ela existe.

“Suspeitas de favorecimento familiar, nepotismo, tem tudo a ver com suspeitas de corrupção e portanto a transparência é, de facto, a panaceia”, começou por explicar, no seu espaço de opinião da SIC Notícias.

A socialista tece algumas críticas ao atual Governo, pela desvalorização inicial do assunto e pela primeira resposta, que considerou “muito infeliz”. A comentadora acredita que existe “uma matriz de pensar” dentro do PS que dita que a ética se resume ao que está na lei. “Não é verdade, a ética está para lá do que está na lei. Tem a ver com o bom senso”, retifica.

Ana Gomes faz uma distinção entre “casos em que a competência tem que ser o critério fundamental”, como “lugares na administração pública”, e “casos que exigem confiança política”, como “os casos dos gabinetes”. “Não me admira que em certos casos essa confiança possa ser, de certa forma, familiar desde que coincida também com competência”, indicou, exemplificando com o caso da ministra Mariana Vieira da Silva.

“Como é que se faz a destrinça? Com bom senso e, sem dúvida, com a perceção dos sentimentos da opinião pública. Aqui o que agravou este caso foi, sem dúvida, o número de casos que se vieram a conhecer”, admitiu, repetindo que acredita ter existido “desvalorização” e “uma fuga para a frente” por parte do Governo, especialmente com “a ideia de que isto se regula por lei”.

“Penso que o mais importante é o bom senso e o sentido da ética”, reforçou.

A socialista não terminou sem apontar armas à oposição. “Não posso de maneira nenhuma ignorar que isto foi trazido e explorado - como foi dito, de resto, por Ana Catarina Mendes - pelo PSD, que veio buscar lã e saiu tosquiado”.

“Ficou a saber-se que, de facto, nomeações cruzadas e descruzadas era o que mais havia em anteriores governos, nomeadamente do PSD”, disse, tecendo ainda críticas a Paulo Rangel, eurodeputado social-democrata. “O deputado Rangel, que foi um dos que atirou isto para cima da mesa, também foi exposto. Porque, enfim… Quem quer dar lições de ética e transparência e depois acumula o cargo de deputado no Parlamento Europeu com um escritório que obviamente só trata de interesses....”, criticou.

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