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"Continuidade" e "contributo à diversidade" nas eleições de concelhia

A Comissão Coordenadora Concelhia do Porto do BE vai a votos no sábado com duas listas, uma de "continuidade e consolidação" do trabalho autárquico, outra de "oposição" e "contributo à diversidade", disseram à Lusa os candidatos.

"Continuidade" e "contributo à diversidade" nas eleições de concelhia
Notícias ao Minuto

11:35 - 05/04/19 por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Susana Constante Pereira, que encabeça a lista A, explicou estar em causa uma candidatura "de continuidade", com o objetivo de "reforçar o trabalho político local", seguindo "o projeto de João Semedo [fundador do BE, que morreu em julho e era desde 2017 eleito da Assembleia Municipal do Porto] para cortar com mais de 20 anos de direita na cidade".

Sá Luz, número dois da lista B, assume a "oposição" com a direção anterior da concelhia do bloco e com um certo "centralismo no partido", apresentando-se como um "contributo à diversidade dentro do BE", pelo "pluralismo que sempre existiu, mas regrediu".

"Sempre vi no BE uma abertura muito grande em relação aos restantes partidos. Hoje, o BE regrediu, mas tem de ter capacidade de agregação de todos os pensamentos e da diversidade dos militantes", observou Sá Luz.

De acordo com o candidato, foi "por isso que surgiu esta candidatura".

"Pessoas meritórias que agora estão na nossa lista nem sequer foram convidadas para participar na lista A", lamentou, admitindo "divergências mesmo com a política nacional" do partido, embora seja "muito amigo" de Catarina Martins (coordenadora nacional).

Segundo Sá Luz, "a lista A é de continuidade, está ligada à maioria política do BE, amarrada e, como tal, faz um fechamento do debate".

Susana Constante Pereira contrapõe que "a lista A integra os ativistas do BE no atual trabalho autárquico", não apenas os eleitos, mas também outros militantes.

"É, também, uma lista que traz reforço e renovação do BE no Porto, em linha com a atuação nacional do partido", explicou a eleita "bloquista" na Assembleia Municipal do Porto.

A isto soma-se, notou, o trabalho de "oposição a Rui Moreira [independente, presidente da autarquia portuense]".

De acordo com o candidato da lista B, "a organização interna" da estrutura concelhia do Porto "não funciona".

"O órgão não assume as responsabilidades políticas que devia. Achamos que há duas correntes maioritárias dentro do BE que fecham esse debate. Elegem as pessoas, formam uma maioria e não há debate para mais nada", disse.

Sá Luz destaca, no programa da lista B, a "defesa da regionalização" como "ponto central".

Susana Constante Pereira aponta como preocupação da lista A "trabalhar pela habitação e direitos sociais" e "combater a política hegemónica de Rui Moreira na cidade, que prejudica a vida das pessoas a vários níveis".

O programa da lista A refere que, nos últimos dois anos, "os ativistas, eleitos e eleitas e militantes do Bloco estiveram sempre presentes", nomeadamente "nas lutas pelo direito à habitação", na "defesa intransigente do património público" e "contra as negociatas, onde se derrotam os interesses que tomaram de assalto a escarpa da Arrábida".

A lista B, encabeçada por Maria José Magalhães, afirma-se como "alternativa à agenda da especulação, da exclusão e da segregação urbana", comprometendo-se a travar "as lutas necessárias para acabar com a lei das rendas e dos despejos, combater a pobreza e as discriminações" e "não deixar o urbanismo nas mãos da especulação imobiliária".

Fonte do partido explicou à Lusa que a futura Comissão Coordenadora Concelhia do Porto integrará 15 membros, possivelmente de ambas as listas, em número proporcional aos resultados de cada candidatura da votação de sábado.

Nesta eleição, votam cerca de 400 militantes do BE.

As anteriores eleições para a Comissão Coordenadora Concelhia do Porto decorreram há cerca de dois anos, no fim de fevereiro de 2017, tendo saído vencedora a lista encabeçada por José Castro.

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