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PSD fala de problemas de segurança num debate de "mixórdia de temáticas"

O PSD quis hoje alertar o Governo para diversos problemas de segurança em Portugal, mas acabou por ser um debate parlamentar marcado pelas críticas da maioria à "mixórdia de temáticas" trazida pelos sociais-democratas.

PSD fala de problemas de segurança num debate de "mixórdia de temáticas"
Notícias ao Minuto

18:28 - 03/04/19 por Lusa

Política Parlamento

"O PSD agendou esta interpelação ao Governo indicando como tema 'As condições do exercício da segurança em Portugal'. Acabou por fazer concorrência ao conhecido programa radiofónico 'mixórdia de temáticas'", afirmou o deputado do PS Filipe Neto Brandão, depois de ter ouvido a intervenção inicial do social-democrata Carlos Peixoto.

Na interpelação do PSD sobre "As condições do exercício da segurança em Portugal", Carlos Peixoto reconheceu que Portugal é "um país tranquilo, mais do que seguro", mas "não por causa do Governo".

"A segurança é mais uma filha órfã das cativações, o nome envergonhado da austeridade", afirmou, elencando diversas situações, como o roubo das armas em Tancos, os incêndios de 2017 e a derrocada na estrada de Borba.

Segundo Carlos Peixoto, os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2018 "não inspiram especial preocupação", mas não se deve "anestesiar com os resultados, que são positivos".

Numa das suas respostas, o ministro da Administração Interna classificou de "caótica a intervenção" de Carlos Peixoto, tendo afirmado que caso o deputado social-democrata tenha "o azar de ter um acidente na banheira" vai atribuiu a "falha e a culpa" ao Governo.

Para a deputada do Bloco de Esquerda Sandra Cunha, o deputado do PSD "falou de tudo e não falou de nada", sendo uma "mixórdia de temáticas".

"Não parece ser uma política séria e adequada recorrer a acidentes trágicos, a exemplos macabros, e tentar transformá-los em argumentos políticos, é mesmo de quem está desnorteado", sublinhou Sandra Cunha.

Também o deputado do PCP António Filipe considerou que o debate ficou "marcado por alguma bizarria", apesar da importância do tema.

"O PSD manifestou grande insegurança. Se o PSD ficar mais tranquilo como o país está, parece que temos condições para perseguir este debate", disse.

Por sua vez, o deputado do CDS-PP Telmo Correia afirmou que a ação do Governo "não é uma mixórdia de temáticas, mas um mix, um medley de incompetência", considerando que "é obvio o falhanço" do executivo em áreas de soberania, como a segurança.

O deputado do PSD Duarte Marques criticou as alterações introduzidas na estrutura da Proteção Civil pelo Governo porque "prejudicaram resposta no terreno".

"Houve avanços e recuos na lei orgânica da proteção civil. O resultado, esse sim, é uma mixórdia de temáticas, uma mixórdia de leis", disse.

Já o socialista Fernando Anastácio considerou que "o PSD de hoje não convive bem com o sucesso dos portugueses, com o sucesso do país".

"Há algum tempo, o PSD ansiava pelo insucesso do país. É verdade que umas vezes de uma forma mais tímida que outras, mas lá estava, sempre à espera que o diabo viesse. Agora, com o aproximar das eleições e pelo facto de o diabo não lhes ter feito a vontade e não ter chegado, caiu a máscara e vale tudo", disse.

No encerramento da discussão, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, afirmou ter sido "um mau dia para este debate", uma vez que destacou os dados positivos do RASI.

"O PSD vem ao parlamento com uma ideia errada, com a ideia que algo se passa com os dados do RASI, potenciando sentimentos injustificados de insegurança", sublinhou.

O RASI, divulgado na semana passada, dava conta de uma diminuição de 8,6% da criminalidade violenta e grave no ano passado, em relação a 2017, e de uma descida de 2,6% dos crimes gerais, apesar de se ter registado um aumento de 34,1% dos homicídios e de 46,4% dos crimes de extorsão.

Os crimes que contribuíram para a diminuição da criminalidade violenta e grave no ano passado foram o roubo por esticão, que desceu 18,6%, o roubo na via pública sem ser por esticão, que baixou 9,4%, menos 552.

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