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"Não são bonitas nem elegantes as desavenças entre Presidentes"

Joaquim Jorge critica a "bicada" de Marcelo a Cavaco a propósito das polémicas familiares no Governo e apelida de "falta de decoro" os laços familiares no seio do Executivo liderado por António Costa.

"Não são bonitas nem elegantes as desavenças entre Presidentes"
Notícias ao Minuto

12:34 - 01/04/19 por Notícias Ao Minuto

Política Joaquim Jorge

Num artigo de opinião enviado à redação do Notícias ao Minuto, Joaquim Jorge abordou o mais recente episódio de atrito entre Marcelo Rebelo de Sousa e o seu antecessor na Presidência da República, Aníbal Cavaco Silva.

De recordar que Cavaco começou por dizer que não era possível comparar o Governo a que deu posse em 2015 com o atual Executivo. Na resposta Marcelo lembrou que se limitou a aceitar a designação de Cavaco, “que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros”.

"Esta mania de se atirar as culpas para os outros vem de baixo e chega ao topo. Os portugueses são peritos”, lamenta Joaquim Jorge no seu artigo “Esta nova ‘bicada’ de Marcelo a Cavaco era desnecessária”.

“Recordo-me muito bem que Marcelo Rebelo de Sousa foi sempre nomeado conselheiro de Estado por Cavaco Silva, quando era Presidente da República. O que se passa!? Estão zangados? As suas relações azedaram porque motivo? Marcelo quer ficar na história como Presidente mais popular do que Cavaco?”, questiona o fundador do Clube dos Pensadores.

Uma situação ainda mais difícil de compreender para Joaquim Jorge devido à cor partidária de Marcelo e Cavaco. “Sinceramente não entendo este tipo de comportamento e não fica nada bem. Mário Soares insurgiu-se diversas vezes contra Cavaco Silva, um socialista outro social-democrata. Agora os reparos, críticas e desaprovações são entre dois sociais-democratas que, aparentemente, sempre foram amigos”, fez notar.

Para Joaquim Jorge, o cargo de Presidente merece outro tipo de comportamento. “Não são bonitas nem elegantes estas desavenças entre Presidentes, já nos chegam as lutas partidárias. A nomeação de um ministro é da responsabilidade do primeiro-ministro, cabe ao Presidente aceitar ou não aceitar”, lembra.

Sobre as ligações familiares no seio do Governo, o fundador do Clube dos Pensadores não deixou de fazer a sua crítica.

“Nomear marido e mulher, pai e filha passa o limite do admissível (…) É no mínimo caricato, inexplicável e falta de decoro”, salienta, concluindo que “a nossa democracia enferma da naturalização de tudo e mais alguma coisa, é agora da aceitação de familiares em pack num Governo”.

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