Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 19º

PS defendeu a ministra, Esquerda optou por tom reivindicativo

A ministra da Saúde foi hoje responder a uma interpelação do CDS-PP no parlamento, foi criticada à direita, ouviu elogios do PS e dos parceiros de Esquerda do Governo, mas PCP, BE e Os Verdes mantiveram o tom reivindicativo.

PS defendeu a ministra, Esquerda optou por tom reivindicativo
Notícias ao Minuto

19:04 - 28/03/19 por Lusa

Política Carreira

A única bancada a aplaudir Marta Temido foi mesmo a do partido do Governo, o PS, numa interpelação que se prolongou por duas horas e meia e em que o deputado do BE Moisés Ferreira rotulou o discurso do CDS-PP de "encenação fraquinha", num género -- "uma farsa".

"A encenação é fraquinha e o guião também não é grande coisa", ironizou, detetando "uma mãozinha" dos "grupos económicos", que se percebe, alegou, na irritação do CDS-PP quando acusa os socialistas de estarem a negociar a Lei de Bases da Saúde com os seus parceiros de esquerda.

Moisés Ferreira perguntou se será por a nova de Lei de Bases retirar a parte que "vergonhosamente" o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "deve abdicar de parte das camas" para os privados.

O deputado do BE quis também saber o que tinha sido aprovado hoje em Conselho de Ministros quanto ao estatuto da carreira dos enfermeiros e prometeu que, se não atender às expectativas destes profissionais, os bloquistas vão apresentar uma apreciação parlamentar.

Pelo PCP, o líder parlamentar, João Oliveira, disse ser notório o "esforço que tem sido feito para tirar o SNS do buraco em que PSD e CDS o deixaram".

"A situação do SNS é diferente da dificílima em que PSD e CDS o deixaram, mas isso também não nos consola", afirmou o deputado comunista, lembrando ao executivo que houve investimento previsto que ficou por cumprir no SNS no ano passado "porque o Governo priorizou o cumprimento das metas do défice".

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV), pela voz de José Luís Ferreira, lembrou que "os problemas na área da saúde continuam", considerando que "o estado" do setor é pouco recomendável".

Contudo, José Luís Ferreira ressalvou que os problemas "não são de agora" e sim fruto de um "subfinanciamento ao longo de décadas".

À direita, os ataques sucederam-se, desde a abertura do debate feito por Isabel Galriça Neto, médica e deputada centrista, e continuaram com Ricardo Batista Leite ou Matos Rosa, do PSD.

Logo depois, a deputada e vice-presidente centrista Cecília Meireles reiterou a crítica de que a ministra insistiu na "receita de sempre", fazendo anúncios, promessas" ou desculpando-se com o Governo anterior, do PSD e CDS-PP.

Cecília Meireles confrontou ainda a ministra com a opinião do bastonário da Ordem dos Médicos, quando disse que o SNS estava hoje pior do que há 20 anos

Pelo PSD, Ricardo Batista Leite considerou que o Governo "não cumpre as suas promessas" e atribui a outros as responsabilidades em relação às coisas que não correm bem.

O PSD lembrava, desta forma, que a ministra da Saúde assumiu na quarta-feira que o Governo deve falhar a meta de dar médico de família a todos os portugueses e remeteu para a gestão dos hospitais responsabilidades pelos tempos de espera.

Matos Rosa, do PSD, chegou até a dizer que, de tanto adiar os problemas, o Ministério da Saúde até mudou de nome, para "Ministério da Doença".

Coube ao PS a defesa do Governo e da ministra, com o deputado socialista António Sales a acusar o CDS-PP de "frenesim demagógico e 'eleiçoeiro'", com a aproximação das eleições.

"O CDS limita-se a exibir sem pudor a sua tendência para explorar títulos de jornais e, com desfaçatez, distanciar-se das suas responsabilidades passadas", afirmou.

Aos números que o Governo tem usado para contrapor às críticas da oposição, o CDS-PP respondeu no encerramento do debate, através da deputada Ana Rita Bessa, também com números, mas negativos.

Por exemplo, em 2018, "o SNS teve quase o dobro do prejuízo de 2015", com um resultado "negativo em 3,6 mil milhões de euros", disse.

Ana Rita Bessa deu uma ideia da alternativa que o CDS-PP pretende, com um "SNS fortalecido por autonomia e por um financiamento eficiente", um sistema que "integre público, mas também privado e social", com "liberdade de escolha, independentemente da carteira, da idade ou do código postal".

A ministra Marta Temido foi breve no encerramento do debate, sublinhando o "evidente inconseguimento" do discurso do CDS-PP e repetindo números já usados.

"Depois de quatro anos de destruição do SNS [no Governo PSD/CDS], este governo tem recuperado e protegido o SNS. Trouxemos mais financiamento para os serviços públicos, mais 1,3 mil milhões, mais recursos humanos, mais 9.000 profissionais, mais consultas e realizámos mais cirurgias", disse a governante.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório