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Não se conhece "pensamento europeu" a Pedro Marques

O cabeça de lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, afirma que "não conhece pensamento europeu ou uma ideia para a Europa" ao seu adversário do PS Pedro Marques, ao contrário dos anteriores 'número um' socialistas.

Não se conhece "pensamento europeu" a Pedro Marques
Notícias ao Minuto

11:21 - 23/03/19 por Lusa

Política Paulo Rangel

Questionado qual o adversário mais fácil, entre os três cabeças de lista do PS que já enfrentou (Vital Moreira em 2009, Francisco Assis em 2014 e, agora, Pedro Marques), Paulo Rangel recusou entrar em 'rankings', mas deixou críticas ao atual 'número um' da lista do PS.

"Não se lhe conhece nenhum pensamento europeu, nenhuma ideia para a Europa", apontou, em entrevista à agência Lusa, no âmbito das eleições europeias de 26 de maio.

"Há uma coisa que é certa: Vital Moreira e Francisco Assis tinham pensamento sobre a Europa, Pedro Marques não tem. Francisco Assis e Vital Moreira, discordando eu deles em muitos aspetos, sempre se notabilizaram por exercerem os seus cargos com competência", afirmou.

Ao contrário, considerou, Pedro Marques foi ministro do Investimento, área que "está no grau mais baixo de sempre", criticando também a execução dos fundos comunitários sob a sua alçada, bem como o discurso do PS nesta matéria.

"Estávamos em primeiro em 2015, agora estamos em sétimo, apesar de Pedro Marques dizer o contrário", referiu, citando um relatório da Comissão Europeia publicado em 11 de março sobre a execução dos fundos.

Rangel, que tem acusado o seu adversário socialista de "fugir aos debates", disse ainda ter "esperança" num frente a frente com Pedro Marques.

"Eu tenho toda a esperança de ter um frente a frente com Pedro Marques e terei todo o gosto em tê-lo e não estou a dizer que seja fácil, debater é sempre difícil. Por comparação com os outros cabeças de lista, há pelo menos aqui défice europeu, mas aos 40 anos uma pessoa abraçar uma causa e vir a tornar-se competente nela não é impossível", disse.

O eurodeputado social-democrata considerou "salutar" que - ao contrário do que aconteceu em 2014 - o PSD e o CDS-PP concorram agora em listas separadas e, questionado sobre o movimento 5.7, cujo manifesto é lançado hoje pelo seu companheiro de partido Miguel Morgado, Rangel saudou o seu aparecimento, mas deixou um alerta.

"Como movimento da sociedade civil não vejo problema, agora se for excessivamente politizado, com excessivas figuras da direção do CDS... Parece que há uma colonização do movimento pelo CDS, isso não me parece positivo, não me parece que isso ajude ao movimento e à sua aceitação pelos outros partidos", alertou.

Por outro lado, apontou, "não havia projeto mais pró-europeu que a AD [Aliança Democrática] de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Telles", dizendo ver neste movimento -- que considera ter a sua génese nessa Aliança Democrática -- "alguns sinais de desconfiança em relação à União Europeia".

Paulo Rangel recusou, por outro lado, antecipar cenários sobre as consequências internas de um eventual melhor resultado do PSD nas europeias do que nas legislativas, ou sobre o seu futuro político.

"Estou absolutamente comprometido e com determinação inabalável de fazer tudo para ganhar as eleições europeias e fazer tudo para ganhar as eleições legislativas e acho que vamos ganhar", vaticinou.

Questionado se pode garantir que cumprirá o mandato em Bruxelas até ao fim, Rangel disse estar "completamente comprometido" com o Parlamento Europeu.

"Não vou aqui abrir a caixa de Pandora, como é evidente um deputado europeu tem o seu compromisso, mas também a sua liberdade futura, mas eu não vou abrir nenhuma especulação quanto aos resultados eleitorais ou quanto ao futuro do partido", assegurou.

Sobre a última querela interna no PSD -- em que ficou ao lado de Rui Rio, quando este foi sujeito a uma moção de confiança, depois de ser desafiado por Luís Montenegro para convocar eleições diretas para a liderança do partido -, Paulo Rangel disse que tomou a sua posição "por uma questão de princípio".

"Era uma questão de princípio não pôr a liderança em crise, quem queria ser líder teve oportunidade para o ser, se não se apresentou deve ter a coerência de deixar que o líder vá a eleições. Depois disso, se os resultados não fossem bons poderia discuti-los, mas como eu acho que vão ser bons essa questão nem se vai colocar", disse.

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