“Um fracasso da diplomacia portuguesa”. É desta forma que o PAN, Pessoas-Animais-Natureza, classifica o acordo assinado esta sexta-feira pelas três companhias elétricas espanholas, Iberdrola, Endesa e Naturgy, que visa prolongar a vida útil da central nuclear de Almaraz.
Para o partido, “este avanço da indústria nuclear só se deve à abertura do Governo socialista espanhol e ao fracasso da diplomacia portuguesa”.
O pedido de renovação de licença garantirá a manutenção dos dois reatores nucleares até 2027 e 2028 quando o processo de fecho e desmantelamento deveria começar este ano, com o término das licenças de exploração, refere o PAN.
Francisco Guerreiro, candidato do PAN às eleições europeias, critica o Governo português: "A pressão do Governo português através Ministério dos Negócios Estrangeiros tem sido nula”, acusa.
"Infelizmente, não esperamos do Governo socialista espanhol e dos seus parceiros à Esquerda um bloqueio desta proposta", reforça o candidato às eleições de maio, lamentando que estejamos a assistir ao fracasso das políticas energéticas da Esquerda e da Direita, “nomeadamente pela ação do Partido Popular Europeu e dos Socialistas e Democratas, que continuam a promover a indústria nuclear Espanhola”.
Para o PAN, esta continuidade travará a implementação sustentável de uma União Energética com energias 100% renováveis e limpas, tal como condicionará uma economia circular dentro da UE visto que os resíduos industriais nucleares não têm solução técnica viável atualmente.
Por outro lado, o partido lembra que a queixa formalizada pelo PAN em janeiro de 2017 junto da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) pelo incumprimento das Convenções de Espoo e Aarhus ainda não teve conclusão por parte da organização da ONU.
"É mais rápido garantir uma renovação do contrato de exploração nuclear que travar legalmente a central de Almaraz", comenta Francisco Guerreiro.
Uma das bandeiras do PAN, que quer eleger um eurodeputado pela primeira vez nestas eleições, é justamente o fim energia nuclear na União Europeia e o aceleramento do desmantelamento das respetivas centrais.