Episódio Mota Amaral evidencia "fragilização partidária" do PSD
O presidente do Governo dos Açores e presidente do PS na região, Vasco Cordeiro, declarou hoje que o episódio do avanço ou não de Mota Amaral na lista para as eleições europeias representou uma "fragilização partidária" do PSD.
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Política Vasco Cordeiro
"Há uma clara fragilização partidária e há um perfeitamente escusado aproveitamento pessoal, pessoal no sentido do aproveitamento da pessoa", disse Vasco Cordeiro à agência Lusa, sem querer aprofundar comentários em torno de questões de outros partidos que não o seu.
Questionado sobre uma eventual fragilização institucional da figura do presidente do Governo dos Açores como resultado do impasse em torno do avanço ou não de Mota Amaral, o governante foi perentório: "Não acho que haja uma fragilização política e institucional da figura de presidente do Governo [Regional]".
E reiterou: "O que me parece é que há claramente aqui uma fragilização partidária e por essa área não quero entrar".
Vasco Cordeiro, que falava à margem de uma sessão numa escola na Maia, concelho da Ribeira Grande, assinalou novamente que seria importante para os Açores ter o maior número de vozes possível a "defender" a região na Europa, mas a confirmar-se a eleição de um só parlamentar açoriano, o candidato em causa, o socialista André Bradford, "está perfeitamente consciente dessa responsabilidade", acredita o líder do executivo regional e do PS/Açores.
O PSD/Açores anunciou já que não vai fazer campanha para as europeias de maio.
De acordo com a secretária-geral dos sociais-democratas açorianos, Sabrina Furtado, ao não integrar Mota Amaral em lugar elegível na lista do partido para o Parlamento Europeu, Rui Rio promoveu um "declarado e consciente ataque à autonomia dos Açores".
O líder nacional queria que o fundador do PSD e antigo presidente da Assembleia da República figurasse em oitavo lugar na lista, posição que, a avaliar pelas sondagens, não será elegível.
Mota Amaral e a estrutura regional do PSD recusaram aceitar o lugar indicado por Rui Rio e os Açores não indicaram nenhum outro nome para a lista nacional, o que acontece pela primeira vez em cerca de 30 anos.
Tradicionalmente, tanto o PS como o PSD asseguram lugares elegíveis para os Açores, mas desta vez o socialista André Bradford será, ao que tudo indica, o único com origem na região com assento no Parlamento Europeu.
Em coluna de opinião publicada esta semana na imprensa açoriana, Mota Amaral acusou a direção nacional do partido de lançar "borda fora" um "compromisso estrutural e histórico" com as autonomias dos Açores e da Madeira.
"O presidente do PSD, quando se deslocou aos Açores, na fase de campanha para as eleições internas para a liderança, expressamente respondeu, em sessão pública, que manteria a tradição de haver um candidato dos Açores em posição elegível na lista para o Parlamento Europeu. A sua credibilidade política fica assim debilitada perante os militantes, simpatizantes e potenciais eleitores do PSD na Região Autónoma dos Açores", sublinhou o histórico social-democrata.
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