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PSD e CDS consideram adequada a suspensão de partido húngaro do PPE

Eurodeputados portugueses do PSD e do CDS consideraram hoje como "boa" e "desejável" a decisão tomada pela assembleia política do Partido Popular Europeu (PPE) de suspender "com efeito imediato" o Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

PSD e CDS consideram adequada a suspensão de partido húngaro do PPE
Notícias ao Minuto

19:23 - 20/03/19 por Lusa

Política Eurodeputados

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após o anúncio oficial da decisão, dado pelo líder do grupo parlamentar do grupo conservador, Manfred Weber, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel referiu que "esta é uma decisão boa, no sentido em que o processo com vista à exclusão está aberto, houve uma suspensão automática, preventiva, de todos os direitos do Fidesz".

Também para o eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, esta foi "uma solução que, tendo em conta os interesses que são contrapostos, acabou por ser desejável e a melhor possível".

"Tivemos um esforço que foi pedagógico, que foi importante, não pôs de lado a necessidade de marcar posição sobre razões que são de princípio", observou o responsável, falando num "exemplo".

A assembleia política, reunida hoje em Bruxelas, aprovou assim a proposta apresentada pela liderança do partido que determina que o Fidesz perderá "todos os direitos enquanto partido-membro", sendo estabelecida agora uma comissão de avaliação para monitorizar a aplicação das condições básicas estabelecidas por Weber numa carta endereçada a Viktor Órban em 05 de março.

Paulo Rangel estimou que "até às eleições europeias, a situação não estará resolvida", ou seja, não haverá uma decisão da comissão de avaliação.

Já Nuno Melo estimou que "logo após as eleições europeias haja um balanço para ver se o Fidesz é reintegrado no PPE ou se sairá".

Tanto Paulo Rangel como Nuno Melo -- que são cabeças de lista dos respetivos partidos às eleições europeias --instaram o grupo dos socialistas europeus a adotar medidas semelhantes.

"Por comparação com o Partido Socialista Europeu, que tem um problema mais grave na Roménia, da corrupção, que tem problemas muito sérios em Malta e na Eslováquia com o assassinato de jornalistas, não teve ainda uma palavra" sobre esses casos, notou Paulo Rangel, realçando a "diferença muito grande" com o PPE.

Já Nuno Melo vincou que "seria bom agora que o PS conseguisse fazer o mesmo em relação à Roménia e ao partido socialista romeno, porque estar vigilante não é nada".

De acordo com o anúncio de Manfred Weber, "na prática, isso significa que o Fidesz não pode apresentar candidatos a cargos no partido, não pode votar em qualquer tipo de assembleia do PPE, e nem sequer estão autorizados a participar em reuniões".

Acresce que Viktor Orbán já não poderá estar presente na 'mini-cimeira' dos conservadores que antecede o Conselho Europeu.

A decisão foi tomada depois de "uma tarde muito intensa e uma reunião que não foi fácil", apontou Weber, mas "de forma clara e firme", pois a proposta de suspensão apresentada pela liderança do PPE foi aprovada com 190 votos a favor, três contra e um nulo.

As críticas a Viktor Orban não são recentes, mas a gota de água foi uma campanha anti-imigração promovida pelas autoridades húngaras, intitulada "Você também tem o direito a saber o que Bruxelas está a planear", veiculada em painéis gigantes e anúncios de página inteira nos jornais e que tinha o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também ele membro daquela família política, como um dos alvos.

O processo de suspensão do Fidesz foi desencadeado por 14 partidos, entre os quais PSD e CDS-PP, que pediram a suspensão ou expulsão do partido nacional-conservador populista de direita que governa a Hungria desde 2010.

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