ADSE: “Felizmente a poeira parece estar a começar a assentar"
Para Adalberto Campos Fernandes, ADSE e grupos privados de saúde "perceberam que nada teriam a ganhar com uma discussão incompreensível na praça pública".
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Política ADSE
O antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, vê o diferendo entre os grupos privados de saúde e a ADSE a atenuar, parecendo estar, neste momento de transição, a “poeira a assentar”.
“Felizmente a poeira parece estar a começar a assentar. As largas centenas de milhar de funcionários públicos e de aposentados que veem retirado mensalmente do seu salário 3,5 % do seu rendimento tem agora motivos para olhar o futuro com maior tranquilidade”, analisa Adalberto Campos Fernandes numa publicação feita na sua página de Facebook, sublinhando que os diferentes intervenientes “perceberam que nada teriam a ganhar com uma discussão incompreensível na praça pública”.
Para o antigo governante, que saiu deste Governo na remodelação em que Azeredo Lopes foi substituído na Defesa, “o tempo e o espaço para a negociação impôs-se inexoravelmente”.
Isto é, “as entidades convencionadas perceberam que é tempo de iniciar uma relação nova baseada na transparência e que não adianta andar constantemente a reclamar no espaço público aquilo que deve ser tratado na mesa das negociações ou nos tribunais”. Por outro lado, a ADSE “sentiu a premência de agilizar o processo em curso de modernização operacional”.
Adalberto Campos Fernandes assinala ainda que o programa deste Governo "defende (e bem) a criação de uma associação mutualista que deverá ser gerida pelos beneficiários (pagadores integrais do sistema) com uma estrutura desejavelmente profissional", sendo por isso "uma boa notícia vermos agora alguns ex-dirigentes sindicais e políticos defenderem vigorosamente essa solução".
No entendimento do ex-ministro, "este será então o momento certo". Para tal, defende, "há que dotar rapidamente a ADSE de mais recursos humanos e tecnológicos, permitir o rápido alargamento aos profissionais em CIT (melhorando a idade média dos beneficiários inscritos e aumentando a receita). Ao mesmo tempo implementar medidas modernas de gestão e de controlo de utilização".
Por fim, acrescenta ainda, "convém que todos tenham bem presente que a 'privatização' absoluta da ADSE fará retirar esta entidade da consolidação no perímetro orçamental com os consequentes impactos no défice orçamental".
De recordar que, em audição na comissão parlamentar de saúde, realizada a pedido BE e do PSD, sobre a situação atual da ADSE, João Proença reafirmou que é fundamental que as novas tabelas de preços, tanto para o regime livre como para o convencionado, sejam publicadas.
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