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PSD chama ministra da Saúde ao Parlamento com caráter de urgência

Em causa está a situação “caótica” no Hospital de Santo André, em Leiria, onde o número de médicos é cada vez menor, de dia para dia. Situação, alerta o PSD, que põe "em risco" 430 mil os doentes abrangidos por este hospital.

PSD chama ministra da Saúde ao Parlamento com caráter de urgência
Notícias ao Minuto

16:57 - 23/02/19 por Melissa Lopes

Política Hospital

O Partido Social Democrata (PSD) chama a ministra da Saúde, Marta Temido, ao Parlamento com carácter de urgência para dar explicações sobre aquilo que os social-democratas descrevem como uma “situação caótica” no Hospital de Leiria.

No requerimento enviado ao Notícias ao Minuto, os deputados social-democratas referem-se à situação “incomportável” em que se encontra o Hospital de Santo André (HSA), em Leiria, no último mês.

O grupo parlamentar do PSD recorda que o hospital em causa foi projetado, inicialmente, para responder às necessidades de 250 mil utentes. Contudo, devido aos sucessivos alargamentos na sua área de influência aos concelhos de Pombal, Alcobaça e mais recentemente de Ourém/Fátima, “aumentaram a população por ele assistida para cerca de 430.000 habitantes/utentes”, pode ler-se no requerimento assinado pelos deputados Adão Silva, Ricardo Baptista Leite, Margarida Balseiro Lopes, José António Silva.

Tal crescimento de número de utentes, queixam-se, “não foi acompanhado pelo adequado e extremamente necessário reforço de dotações financeiras e de pessoal”. Ao invés disso,  “ocorreu uma diminuição da capacidade assistencial e o encerramento de camas nos Hospitais de Pombal e de Alcobaça, sobrecarregando o Hospital de Santo André”.

Segundo o grupo parlamentar, que cita um comunicado do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), o aumento de doentes no HSA foi sendo assegurado por um número cada vez menor de médicos que, descontentes e exaustos pela sobrecarga de trabalho e dado o não reconhecimento do seu esforço pelos órgãos de gestão competentes, assédio/perseguição laboral, optaram em número crescente por procurar melhores condições laborais noutros locais.

Por estas razões, a falta de médicos neste hospital aumenta de dia para dia, “tendo como consequência o não cumprimento do preenchimento das escalas médicas, de acordo com as normas vigentes (definidas pelo Colégio de Especialidade de Medicina Interna da Ordem dos Médicos), que resultam num pior e mais lento atendimento aos doentes”, criticam os social-democratas, lamentando a "gravidade" da situação. 

O partido recorda que no início deste mês, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) já tinha denunciado o estado "alarmante do serviço de urgência" do Hospital de Santo André, alertando para a “falta de condições em que os doentes são obrigados a aguardar pelo atendimento, que, neste momento, está a demorar várias horas a acontecer”. Os próprios médicos têm vindo a denunciar estes acontecimentos à Ordem dos Médicos. 

O PSD sublinha que estes dados  “confirmam o que qualquer cidadão utente do Serviço Nacional de Saúde experiencia, diariamente, em diversos hospitais de Portugal”.

“Algo que é extremamente preocupante, visto estar a ser posto em causa este direito universal à saúde, que deve ser assegurado pelo Estado”, referem os deputados, considerando “incompreensível” que, apesar dos diversos comunicados e queixas, “a ministra da Saúde permaneça alheada desta situação, não tendo apresentado, até agora, qualquer estratégia para alterar o curso dos acontecimentos”.  O partido alerta que a falta de médicos  neste hospital “põe em risco”, dia após dia, todos os 430 mil utentes a que ele recorrem.

A situação “agudizou-se nas últimas semanas”, frisa ainda o partido, lembrando que em janeiro os chefes de equipa da Urgência do HSA apresentaram a demissão em janeiro alegando a “inexistência de condições essenciais ao desempenho das funções".

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