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Maria João Rodrigues rejeita acusações de falta de democracia na FEPS

Um antigo ministro francês acusou a presidente da Fundação Europeia de Estudos Progressivos (FEPS), Maria João Rodrigues, de conduzir um processo pouco transparente e democrático na escolha do novo secretário-geral da organização, o que a eurodeputada socialista rejeita "categoricamente".

Maria João Rodrigues rejeita acusações de falta de democracia na FEPS
Notícias ao Minuto

14:06 - 21/02/19 por Lusa

Política Eurodeputados

Numa carta dirigida esta semana a Maria João Rodrigues, Henri Naillet, presidente da Fundação Jean Jaurès -- um dos principais "grupos de reflexão" ('think-tanks') franceses de esquerda e uma das 47 fundações e organizações nacionais que integram a FEPS, o principal 'think tank' socialista em Bruxelas --, critica o processo de escolha do futuro secretário-geral, considerando que o mesmo está "manchado de fragilidades" que deixam entender "uma escolha predeterminada", solicitando por isso a sua suspensão.

Entretanto, já hoje à tarde, o comité de seleção do secretário-geral da FEPS reuniu-se em Bruxelas, tendo emitido no final um curto comunicado no qual defende que "o processo de seleção foi corretamente conduzido, de acordo com as regras definidas". O comunicado é assinado pelos seis membros do comité, entre os quais o antigo primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault, representante da Fundação Jean Jaurès.

Em declarações à Lusa, Maria João Rodrigues assegurou que todo o processo é "transparente e profissional", em respeito das "regras discutidas no 'bureau' (secretariado) da FEPS", na presença de um representante da Jean Jaurès, e publicadas no sítio de Internet da FEPS, e atribui a razão do "mal-estar" da fundação francesa ao facto de ter visto "o seu candidato ser preterido na seleção" de uma 'short-list' de três candidatos finalistas à sucessão de Ernst Stetter, secretário-geral da FEPS desde 2008.

Na carta dirigida à presidente da FEPS, datada de 18 de fevereiro, e à qual a Lusa teve acesso, Nallet -- antigo ministro da Agricultura e da Justiça de França -- começa por considerar que a reunião, organizada por Maria João Rodrigues, em 15 de fevereiro, em Bruxelas, "com vista a selecionar os três melhores candidatos ao cargo de secretário-geral da FEPS", está, na sua opinião, "manchada de várias fragilidades, algumas das quais podem constituir irregularidades".

Segundo o presidente da Fundação Jean Jaurès, o comité de seleção que Maria João Rodrigues compôs estava "manifestamente incompleto" e foi apresentada uma lista de dez candidatos, "cuja composição foi estabelecida pela presidente, em função de critérios não verificados, nem pelo 'bureau', nem pelo suposto comité de seleção".

Argumentando que tem a sensação de estar perante "uma escolha pré-determinada", o antigo ministro francês defende que "seria útil que a FEPS, em particular neste período tão difícil" para a família socialista na Europa, substituísse o atual processo de escolha do seu secretário-geral por um "mais aberto e mais democrático", com o objetivo de "mostrar que, num período difícil, a FEPS aplica a si própria os princípios democráticos e transparentes que exige às instituições comunitárias".

Num esclarecimento escrito divulgado ao final da manhã, Maria João Rodrigues já desmentira "categoricamente a existência de qualquer irregularidade no processo de recrutamento do novo secretário geral da FEPS".

"Este processo de recrutamento - incluindo o perfil desejado para a posição, as condições a oferecer, a sequência das várias fases do dito processo, a composição do painel de seleção, bem como o calendário exato - foi discutido e validado pelo Bureau da FEPS nas suas reuniões de 29 de junho e 14 de setembro de 2018, e através de um procedimento escrito por correio eletrónico que decorreu entre os dias 10 e 19 de dezembro", sublinha.

Maria João Rodrigues realça ainda que "a Fundação Jean Jaurès, cujo presidente, Henri Nallet, critica agora o processo, está representada no Bureau da FEPS (onde este foi substituído por Jean Marc Ayrault) e no painel de seleção (pelo próprio Henri Nallet), e foi, em todas as fases, parte integrante do processo de decisão e de validação do mesmo".

"De acordo com os Estatutos da FEPS (Artigo 16), que sempre foram respeitados, o novo secretário-geral da FEPS será aprovado e nomeado pelo Bureau, com base numa proposta da presidência", conclui, excluindo assim a reabertura do processo.

Hoje à tarde, o comité de seleção teve então já uma reunião em Bruxelas, concluindo, segundo um comunicado, que o processo foi "corretamente conduzido" e sublinhando que "todos os candidatos que preenchiam as condições foram avaliados, confirmados e depois selecionados através de uma votação secreta".

"A última fase do processo de seleção terá lugar na próxima reunião do 'bureau', onde os cinco candidatos que fazem parte da lista final dos selecionados, serão entrevistados e objeto de uma avaliação. A reunião da mesa da FEPS terá lugar a 27 de fevereiro de 2019, entre as 11:30 e às 16:30 na sede da FEPS", precisa o comité de seleção.

O comunicado é assinado pelos membros do comité de seleção, que integra também o presidente do Partido Socialista Europeu, Sergei Stanishev, e o líder da bancada dos socialistas no Parlamento Europeu, Udo Bullman, além de Ayrault (primeiro-ministro francês entre 2012 e 2014 e ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2016 e 2017) e da própria Maria João Rodrigues.

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