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PS considera "cómico" voto a favor do PSD a moção em que é visado

O líder parlamentar do PS considerou hoje que a moção de censura do CDS-PP visou sobretudo o PSD numa guerra de influências entre partidos da direita e afirmou ser "cómico" que os sociais-democratas se preparem para votar a favor.

PS considera "cómico" voto a favor do PSD a moção em que é visado
Notícias ao Minuto

18:19 - 20/02/19 por Lusa

Política AR/Censura

"Esta é uma moção de censura do CDS contra o PSD. O que é cómico é que o PSD vai votar a favor dela", afirmou Carlos César.

O líder parlamentar do PS assumiu estas posições no discurso final da sua bancada no debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP, numa intervenção em que começou por se interrogar sobre os motivos subjacentes à atual conduta política de sociais-democratas e democratas-cristãos.

"Mas o que agita os partidos parlamentares das direitas"? O que leva o CDS a levantar a crista e a apresentar esta moção de censura, e o PSD, rasteirado e desnorteado, a servir-lhe de palmilha, como um partido amordaçado? ", questionou.

Segundo o líder da bancada socialista, o país está perante uma iniciativa do CDS-PP sem qualquer efeito prático e que apenas se justifica pela "voracidade" face a um PSD que disse revelar "desorientação".

"Um CDS que ainda não percebeu onde não pode chegar e um PSD que ainda não percebeu se com aquele se pode aliar. Com tanto para pensarmos como melhor poderíamos servir o nosso país, tivemos de estar aqui, neste debate, para assistir a mais um episódio das guerras de influências entre os partidos das direitas", afirmou.

O CDS e PSD, de acordo com Carlos César, "que estiveram no passado em aliança, têm, agora, em comum, a inquietude pelas previsões da votação que percebem que não lhes chega".

Por outro lado, apontou o líder parlamentar do PS, PSD e CDS mostram-se "sobressaltados pelas ameaças dos partidos emergentes no território em que reacendem a sua disputa" e, por isso, "já não disfarçam o incómodo pela intrusão".

"Como numa sala às escuras, onde mais do que um pretende sentar-se no mesmo lugar, coube ao PSD o papel menos prestigioso: Depois de admoestado pelo deputado Nuno Melo, o PSD acabou por contrariar o deputado [Paulo Rangel que dizia que o PSD não iria atrás de iniciativas como a do CDS, que qualificou como partido de protesto", apontou.

Na sua intervenção, Carlos César respondeu às críticas do PSD e do CDS-PP sobre as recentes mudanças efetuadas no executivo de António Costa, contrapondo que o anterior Governo fez mais remodelações do que o atual.

"Critica-se o Governo por já ter feito seis mudanças na sua composição, esquecendo-se que no governo CDS/PSD as remodelações foram nove.

"A este último respeito, aliás, saudamos o primeiro-ministro pela forma como tem convocado para a atividade governativa uma nova geração, o que bem contrasta com a incapacidade dos partidos da direita parlamentar contrariarem o seu próprio envelhecimento político. Basta-nos ver o governo-sombra do PSD, que nos recorda as imagens clássicas do antigo soviete supremo, entre relíquias do cavaquismo e deserdados do 'passismo'", declarou.

Na sua intervenção, o presidente do Grupo Parlamentar do PS criticou ainda o teor da recente intervenção feita pelo antigo líder social-democrata Durão Barroso na recente Convenção do PSD realizada em Santa Maria da Feira.

"Incompreensível, sim, foi ouvir Durão Barroso preocupado com o crescimento, quando foi com ele que Portugal bateu no fundo: Portugal foi um dos dois únicos países europeus que esteve então em recessão", atacou.

Ainda sobre a moção de censura do CDS-PP, Carlos César sustentou que não se referiu à questão das desigualdades e da pobreza.

"Pois é. Nem pensam nisso. Mas fiquem a saber que Portugal é o segundo país da Europa que mais reduziu a pobreza e a exclusão social. O CDS não tem uma palavra sobre o Portugal insular e sobre o Portugal do Interior. Não lhes interessa saber das medidas em curso de atração de investimento, benefícios fiscais, redução de custos para as empresas, das medidas de incentivo à fixação de população ou da estratégia de defesa da floresta", acrescentou.

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