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PCP baralhou PS em outubro de 2015 e "fez as contas certas"

O secretário-geral comunista afirmou hoje que a sua intervenção pública na noite eleitoral de outubro de 2015 "baralhou o próprio PS", tendo o PCP feito "as contas certas" de correlação de forças, viabilizando o atual Governo.

PCP baralhou PS em outubro de 2015 e "fez as contas certas"
Notícias ao Minuto

19:56 - 15/02/19 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

No ciclo de conversas '30 portugueses, 1 país', com o jornalista Luís Osório, num hotel lisboeta, para elaboração de um livro, Jerónimo de Sousa garantiu que não houve qualquer "concertação" anterior aos resultados eleitorais com o líder socialista e futuro primeiro-ministro, António Costa, que estava "a amochar" face à vitória eleitoral da coligação PSD/CDS-PP.

"Não, não foi [concertado com Costa, o facto de ter declarado que o PS só não seria Governo se não quisesse]. A maioria do povo português estava farta do Governo anterior. Havia um profundo descontentamento. O PSD acabou por ser vítima do seu próprio embuste. Não há eleições para primeiro-ministro. Uma nova arrumação de forças na Assembleia da República, que determina o Governo, criou uma nova maioria", disse.

"O nosso anúncio baralhou o próprio PS. O quadro daquela noite era o [António] Costa a mandar cumprimentos ao Passos Coelho, portanto, a amochar. O BE estava entretido com o seu bom resultado e o PCP fez as contas certas", descreveu Jerónimo de Sousa.

O líder comunista sublinhou que desde o início da nova situação política, com as posições conjuntas de PS com BE, PCP e PEV, que destituíram o Governo PSD/CDS-PP, o seu partido teve "sempre uma posição clara", provando "a real possibilidade, mas com o compromisso, que definiu o grau de convergência", com "uma grande franqueza".

Inquirido sobre um conjunto de personalidades, Jerónimo de Sousa duvidou da eventual predileção do atual chefe de Governo, António Costa, pelo parceiro PCP: "Não sei se esse amor é assim tão grande, mas tem respeito, porque nós lidamos com uma só cara".

"Pela forma como fundamentamos a nossa proposta, o PS, muitas vezes, nas encolhas, era convencido pela razão. Acordo firmado, acordo respeitado. Da parte do PCP, nunca houve qualquer manobra de dilação. O nosso primeiro e principal compromisso é com os trabalhadores e o povo portugueses. Da nossa parte, teve sempre frontalidade e sinceridade para levar por diante o caminho de reposição de direitos e rendimentos", assegurou.

Sobre o Presidente da República, o secretário-geral comunista distinguiu-o "totalmente diferente no estilo" do antecessor Cavaco Silva.

"No plano institucional, em relação ao cumprir e fazer cumprir a Constituição, até aqui, não há nenhum crime lesa-pátria", afirmou sobre Marcelo Rebelo de Sousa, embora condenando o chefe de Estado na sua posição de promessa de veto da Lei de Bases da Saúde em caso de não haver acordo entre PS e PSD.

"Devia ouvir mais e falar menos", sentenciou, sobre o atual inquilino do Palácio de Belém, enquanto Cavaco Silva continua a ser, para Jerónimo de Sousa, "uma figura ligada a um processo que definiu retroceder décadas, com a liquidação de serviços públicos e empresas publicas importantíssimas" por opções dos governos da década de 1990.

Questionado sobre a coordenadora do BE, Catarina Martins, Jerónimo de Sousa descreveu: "Uma deputada, uma mulher despachada, inteligente, que tem conseguido criar um espaço próprio com a sua responsabilidade".

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