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"Se grupo parlamentar é caixa de ressonância do Governo, não vale a pena"

Paulo Trigo Pereira diz que PS devia ir mais longe no diálogo com o Governo e defende que "se o grupo parlamentar é uma caixa de ressonância do Governo não vale a pena ter grupo parlamentar".

"Se grupo parlamentar é caixa de ressonância do Governo, não vale a pena"
Notícias ao Minuto

06:15 - 13/02/19 por Lusa

Política Paulo Trigo Pereira

Em entrevista à Lusa, o antigo deputado do Partido Socialista (PS) que agora se encontra no parlamento como deputado não inscrito diz que em termos de finanças era "a única voz dissonante" dentro do grupo parlamentar, que a sua saída "foi amigável" e deixou "todos satisfeitos".

"Fiquei mais liberto, apesar de sempre ter dito o que penso em relação ao país porque é isso que ajuda quem está no governo", garante o deputado.

O professor universitário e especialista em finanças públicas fez parte do conjunto de economistas que, juntamente com Mário Centeno, produziram o cenário macroeconómico que serviria de base às propostas eleitorais do PS nas eleições legislativas de 2015.

Mais tarde, foi eleito deputado independente pelo PS no distrito de Setúbal. Mas no final do ano passado abandonou a bancada socialista por considerar que foi afastado dos debates mais importantes sobre finanças públicas, designadamente a apresentação do Programa de Estabilidade e a proposta de Orçamento do Estado para 2019.

O deputado considera que está a ser pedido um esforço desnecessário a Portugal em termos de Finanças Públicas e que já discutiu o assunto com o atual ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

Sem querer revelar o teor das conversas privadas que manteve com Mário Centeno, o discurso público do ministro não vai no sentido das propostas do professor universitário, o que Paulo Trigo Pereira diz resultar da necessidade de satisfazer a Comissão Europeia.

"O ministro tem que ter esse discurso porque é o que satisfaz todos os requisitos, todas as regras de Bruxelas". Ou seja, não o faz por convicção? "O ministro das Finanças tem feito um esforço", sublinha Paulo Trigo Pereira, dizendo acreditar que Centeno, no Eurogrupo, "vai trabalhar e estará já a trabalhar sobre a reavaliação das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento".

Agora, prossegue o especialista em finanças públicas, "em termos nacionais, quando se tem que apresentar um documento a Bruxelas, nomeadamente o Orçamento de Estado e o Programa de Estabilidade, eles têm que seguir as regras existentes sob pena de haver uma posição crítica de Bruxelas".

Paulo Trigo Pereira lembra, ainda assim, que há uma grande diferença entre Mário Centeno e a anterior ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. "No tempo da 'troika' tudo o que vinha da 'troika' era assinado por baixo. E agora discutiu-se várias questões. Houve uma atitude mais proativa desta equipa das Finanças que subscrevo", diz.

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