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"Governo não deve fazer do conflito com enfermeiros um jogo eleitoral"

Francisco Louçã considera que a requisição civil "é um mau procedimento para resolver um problema" e lembra que o Governo podia ter resolvido este diferendo "há mais de um ano". Admite que confronto entre Governo e enfermeiros pode agravar-se.

"Governo não deve fazer do conflito com enfermeiros um jogo eleitoral"
Notícias ao Minuto

23:58 - 08/02/19 por Notícias Ao Minuto

Política Francisco Louçã

O braço de ferro que opõe o Governo aos enfermeiros conheceu um novo capítulo com o recurso à requisição civil por parte do Executivo liderado por António Costa. No seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, Francisco Louçã afirmou "não concordar" com esta medida. 

"Acho que é um mau procedimento para resolver um problema e acho que há mais de um ano o Governo podia ter resolvido este problema, bem como o dos professores e de outras carreiras", frisou o economista. 

"O Governo não devia ter arrastado isto e não se deve deixar levar pela tentação de fazer do conflito com os enfermeiros uma espécie de jogo eleitoral. É melhor trazer a paz ao Serviço Nacional de Saúde", acrescentou. 

Louçã espera que este precedente do recurso à requisição civil não se torne normal no futuro. "Se o Governo for no sentido de aceitar a banalização de instrumentos como a requisição civil ou aceitar a ideia de que esta greve precipita uma alteração da lei das greves, esse é um caminho totalmente errado", realçou. 

O antigo líder do Bloco adverte que este conflito pode escalar.

"Se olharmos para a forma como se comportam os vários agentes há um risco de agravamento, isso há. Aliás, isso surgiu da parte dos sindicatos com algumas declarações, não concretizadas, mas muito disparatadas de que poderiam convidar os enfermeiros a faltar injustificadamente, o que é um problema disciplinar e não acredito que um profissional que se respeite vá fazer uma coisa dessas", referiu.

Um agravamento que não foi ilustrado pela intimação dos sindicatos face à requisição civil.

"Aparentemente não é um escalar de confrontação porque o sindicato que podia tentar fazer uma providência cautelar para resolver isto na segunda ou na terça-feira prefere fazer uma intimação que pode ser resolvida em 48 dias, em meados de março, portanto há aqui, pelo menos uma possibilidade, de os dois pequenos sindicatos que desencadearam esta situação poderem estar a querer ganhar tempo". 

Francisco Loução não tem problemas com a preferência partidária da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, mas aponta-lhe algumas críticas. 

"Do lado dos enfermeiros, a bastonária é representativa da classe, foi eleita como bastonária, o facto de ser do PSD não tem aqui nenhuma relevância especial, mas ela procura ter o papel de porta-voz da greve e essa não é a sua função, é a função de sindicatos. Há uma partidarização e politização que é inconsistente com a forma dos próprios trabalhadores e enfermeiros se organizarem, e esse é o erro", salientou o comentador.

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