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Costa e Negrão trocam acusações sobre heranças e faltas de memória

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, e o primeiro-ministro, António Costa, trocaram hoje acusações de "faltas de memória" mútuas e manifestaram visões contraditórias sobre a herança que o anterior Governo PSD/CDS-PP deixou ao atual executivo.

Costa e Negrão trocam acusações sobre heranças e faltas de memória
Notícias ao Minuto

16:43 - 06/02/19 por Lusa

Política Debate

No debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, em Lisboa, Fernando Negrão optou por confrontar António Costa com múltiplos temas, como a saúde, o emprego científico, a situação de vários bancos, os incêndios de Monchique e até a compra de quatro automotoras pela CP a Espanha.

Foi neste ponto, depois de António Costa ter respondido que as automotoras foram alugadas (e não compradas) por não ter sido lançado qualquer concurso anteriormente, que Fernando Negrão disse ter "curiosidade" sobre "o funcionamento da memória" do primeiro-ministro.

"Esquece-se que é primeiro-ministro há três anos", acusou.

"O meu grande problema da memória é não ser capaz de esquecer a herança e garanto-lhe que teria vivido muito melhor estes três anos e o dia de hoje se não me lembrasse da herança", respondeu António Costa.

O primeiro-ministro clarificou que não foram lançados concursos para compra de novas composições da CP nos últimos 20 anos, pelo que o PSD "não precisava de ficar com o exclusivo da carapuça".

"O sonho que temos é que a herança que queiramos legar a quem nos substitua não seja igual à que recebemos", afirmou ainda.

O líder da bancada do PSD desafiou então António Costa a esclarecer a que herança se referia, invocando a anterior "herança da bancarrota" do Governo PS de José Sócrates.

"Não é altura de pedir desculpa aos portugueses pelo estado em que deixaram o país?", questionou.

António Costa devolveu as críticas de problemas de memória a Fernando Negrão, recordando que, em 2007, ambos foram candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, numa eleições que o agora primeiro-ministro venceu.

Na autarquia de Lisboa, lembrou António Costa, foi necessário recuperar "a bancarrota em que PSD e CDS" tinham deixado o município.

Sem resposta ficaram os desafios de pedido de desculpas e de agradecimento ao anterior Governo lançados pelo líder da bancada social-democrata, que acusou António Costa de "mesquinhez" por comparar a Câmara de Lisboa ao país.

No início do debate, para o qual o Governo escolheu o tema das "políticas sociais", Fernando Negrão tinha confrontado António Costa com vários problemas existentes no Serviço Nacional de Saúde, tema da intervenção de abertura do primeiro-ministro, entre eles o da possibilidade de encerramento parcial da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

"O que me disse hoje o conselho de administração é que já recrutaram novos pediatras e não está encerrada a urgência pediátrica do Garcia de Orta", respondeu o líder do executivo.

O líder parlamentar do PSD instou ainda o primeiro-ministro a dizer se o Governo tem algum plano de contingência para a retirada dos portugueses que vivem na Venezuela e desejem deixar aquele país.

"Como sabe sim. Temos mantido pelos canais próprios informados os diferentes partidos sobre as medidas adotadas. Como a experiência recente demonstrou, há temas que não podem ser abordados em público nem objeto de fuga de informação", afirmou.

"Presumi que estivesse informado através dos canais próprios do seu partido", acrescentou o primeiro-ministro.

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