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PS disponível para inquérito desde que "comece e acabe nesta legislatura"

O PS está disponível para propor uma nova comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), desde que seja possível começar e acabar a averiguação nesta legislatura.

PS disponível para inquérito desde que "comece e acabe nesta legislatura"
Notícias ao Minuto

20:38 - 29/01/19 por Lusa

Política CGD

"O PS irá propor um novo inquérito parlamentar desde que estas duas condições sejam reunidas, porque senão temos um inquérito parlamentar inconclusivo, como aconteceu no passado", disse à agência Lusa o deputado João Paulo Correia.

Essas "condições fundamentais", apontou, prendem-se com a entrega aos deputados do "relatório da auditoria feita à gestão da Caixa entre 2000 e 2015" e com a promulgação, pelo Presidente da República, do "diploma que o parlamento aprovou há três semanas, a obrigar os bancos a fornecer toda a informação que é requerida pelas comissões de inquérito".

"Estas duas condições são essenciais porque estas duas condições não existiram no último inquérito parlamentar à Caixa" e vão permitir "que a próxima comissão de inquérito funcione bem, produza resultados úteis ao país, que se apure as responsabilidades e os responsáveis", referiu o também coordenador do PS na área das Finanças.

Outra das condições apontava pelos socialistas é a existência de "condições para começar e acabar o inquérito nesta legislatura".

"Há eleições em outubro e tem que haver tempo útil para que o inquérito parlamentar comece e acabe nesta legislatura e que não haja também aquela pressão do tempo para se chegar a conclusões à pressa", notou o parlamentar.

João Paulo Correia disse, contudo, acreditar que "até ao final de julho há tempo para o inquérito parlamentar", embora dependa "muito, também, de quando é que estas condições se puderem reunir".

Sobre as críticas do presidente do PSD, Rui Rio, que acusou PS, BE e PCP de terem encerrado a última comissão à CGD, o deputado João Paulo Correia considerou que "isso não é verdade, porque a última comissão de inquérito encerrou há dois anos, e esta auditoria foi feita desde essa altura até agora.

Além disso, acrescentou, só agora é que se está "a saber qual é o produto dessa auditoria".

Apontando que a auditoria agora conhecida foi "determinada pelo atual Governo do Partido Socialista e só existe porque foi o Governo que a determinou", o deputado sublinhou que "sempre foi vontade" dos socialistas "conhecer as responsabilidades e os responsáveis do crédito concedido que gerou imparidades, os 1.200 milhões de imparidades".

"Sabe-se, pela comunicação social, que chegou a conclusões muito preocupantes, mas para que o inquérito parlamentar seja feito de forma eficaz, é fundamental que estas duas novas condições, que não existiram no último inquérito parlamentar, passem a existir", rematou.

Uma versão da auditoria da EY à CGD relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, refere que os administradores do banco público receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo com resultados negativos.

A auditoria aponta "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito e detetou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1.000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines.

O Ministério Público disse hoje "nada ter a opor" que a CGD disponibilize ao parlamento a auditoria feita pela EY à gestão do banco público.

"O Ministério Público concluiu nada ter a opor que a CGD, entidade que ordenou a elaboração da referida auditoria e que está em condições de a expurgar de eventual matéria que considere estar em segredo bancária, a disponibilize à AR [Assembleia da República]", anunciou em comunicado a Procuradoria-Geral da República.

Entretanto, a CGD fez saber que vai enviar ao parlamento a auditoria feita pela EY, após a consultora "expurgar as questões de sigilo bancário.

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