Rui Rio diz que a "Geringonça já se começou a escangalhar"
O presidente do PSD afirmou esta segunda-feira que "a geringonça começou a escangalhar-se há um ano", justificando a "enorme onda de greves" com o descontentamento perante o "falhanço claro" do Governo que está "a distribuir tudo o que tem". Além destas críticas, Rio avisou que está a "avaliar" a possibilidade de pedir uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).
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Política PSD
"Esta onda enorme de greves demonstra o falhanço claro do Governo porque, mesmo estando a distribuir tudo o que tem, não consegue parar o descontentamento popular. Como é que não vai ser no futuro? O Governo devia ter apostado no futuro e não o fez", observou Rui Rio em declarações aos jornalistas após uma reunião com Associação de Jovens Agricultores de Portugal, na sede do partido no Porto.
Questionado sobre se a contestação popular se deve a alguma ação da Esquerda e se a geringonça está a escangalhar-se, Rui Rio respondeu que "já se começou a escangalhar há um ano", sublinhando não ver "da parte dos partidos de Esquerda tanto poder politico que dê para pôr tantas pessoas na rua".
Para o líder do PSD, as pessoas têm feito greve por "razões de descontentamento real ligadas à sua atividade profissional", e não por motivações políticas.
"O que é absolutamente evidente é que temos um Governo em Portugal há quatro anos que apostou no presente. Todas as folgas orçamentais que o crescimento orçamental permitiu foram para distribuir. Tudo o que havia foi distribuído", observou Rio.
Segundo o presidente social-democrata, "isso pressupunha que descontentamento popular viesse no futuro".
"Mas esse descontentamento surge já no presente, quando estão a dar tudo o que têm", alertou.
Questionado sobre a greve dos magistrados, Rio disse ter "muita dificuldade" em comentá-la, por entender "que os órgãos de soberania não devem fazer greve".
"Sendo [greve de] órgãos de soberania, não entendo", afirmou Rio, acrescentando que "os juízes ou são funcionários públicos, e fazem greve, ou são órgãos de soberania".
Os magistrados do Ministério Público admitiram no sábado realizar mais dias de greve, além dos já decretados para 25, 26 e 27 de fevereiro, bem como uma concentração frente ao parlamento, quando for a plenário o estatuto da classe.
PSD "avalia" nova comissão lembrando que Esquerda 'cortou' a anterior
"Estamos a ver se faz sentido criar uma nova comissão parlamentar e o que esses três partidos [PS, PCP e BE] agora dizem. Ainda não está decidido. Estamos a avaliar isso com direção do grupo parlamentar do PSD", afirmou Rui Rio, em declarações aos jornalistas após a reunião com Associação de Jovens Agricultores de Portugal, na sede do partido no Porto.
Lembrou o líder 'laranja' que a "última comissão" relativa à CGD "foi abruptamente cortada pelo PCP, BE e PS", pelo que é um "discurso um bocado hipócrita pedirem [uma avaliação] doa a quem doer", quando "encerraram a comissão antes que doesse a alguém".
Mas deixou a ressalva: "Está a ser pensado se fazemos ou não [pedido para constituição de comissão parlamentar de inquérito à CGD]", respondeu Rui Rio, quando questionado pelos jornalistas.
Recorde-se que uma versão da auditoria da EY à CGD relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, refere que os administradores do banco público receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo com resultados negativos.
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