Auditoria da CGD é uma “vergonha nacional”, um "verdadeiro regabofe"
Entre 2005 e 2010, considera Luís Marques Mendes, o que se passou na CGD foi essencialmente culpa de José Sócrates e do Banco de Portugal.
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Política Marques Mendes
No primeiro comentário na nova casa da SIC, Luís Marques Mendes debruçou-se sobre um dos temas que tem marcado a atualidade nacional, nomeadamente no que aos do espectro político diz respeito: a auditoria da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Para o político, este é um caso claro de “vergonha nacional”.
E no seu entendimento, advogou ainda, “confirma-se que entre 2005 e 2010 foi um verdadeiro regabofe”.
Marques Mendes ressalvou também que nesse período a CGD “foi um caso de polícia”, já que “se um qualquer cidadão anónimo for a um banco pedir um empréstimo, levam-lhe couro e cabelo”. Mas neste caso em concreto, “constata-se que nesses anos iam lá uns figurões que eram próximos do poder e do regime, emprestavam-lhes milhões sem garantias e deu no que deu. Isto é uma indecência, uma vergonha”.
“Vergonha” é também o facto de os partidos com assento parlamentar se terem envolvido num cenário de “guerrilha político-partidária em torno disto”. Há, como salientou, “culpa de muita gente, uns mais do que outros e acho que apesar de estarmos em período eleitoral, era muito mais edificante concentrarem-se em tirar ilações, corrigir o que há corrigir em vez de estarem aqui neste ping-pong de acusações”.
Já a “terceira vergonha” é atribuída ao “abuso que as pessoas fazem em Portugal do chamado segredo bancário”. Marques Mendes concorda que esta seja uma figura para “proteger os depositantes e aqueles que são devedores mas estão a cumprir”. Porém, já não concorda quando este recurso é utilizado para “encobrir os incumpridores e as más práticas de gestão. E por isso eu digo que a primeira obrigação do Estado, nomeadamente o Ministério das Finanças enquanto acionista, era divulgar a versão definitiva da auditoria, quanto muito suprimindo os nomes dos beneficiários para que tudo fique clarificado”.
O maior responsável neste tema é, advogou, “José Sócrates porque foi no período em que este era primeiro-ministro que se praticaram os atos mais ruinosos. Foi ele que patrocinou várias daquelas operações. Depois há também responsabilidades por parte do Banco de Portugal no tempo em que era liderado por Vítor Constâncio. Não viu nada aqui tal como no caso do BPN. Mas deu o aval a gestores irresponsáveis”.
As três tarefas que se impõem são, no seu prisma, “cair em cima dos incumpridores porque há dinheiro que pode ser recuperado; agir junto dos administradores que manifestamente se prove que tiveram falhas e que têm ser chamados à responsabilidade; e fazer uma nova comissão de inquérito parlamentar porque a anterior acabou em águas de bacalhau”.
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