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Bairro da Jamaica? "Reação de Carlos César foi um ato de ódio partidário"

Francisco Louçã aproveitou a oportunidade para condenar a posição de Carlos César, afirmando que este não deve "pensar que a política se faz só atirando pedras”.

Bairro da Jamaica? "Reação de Carlos César foi um ato de ódio partidário"
Notícias ao Minuto

23:53 - 25/01/19 por Filipa Matias Pereira

Política Louçã

Francisco Louçã foi convidado, esta sexta-feira, a analisar as agressões que ocorreram no passado domingo no Bairro da Jamaica, bem como o corrupio de informação que se gerou na sequência da ocorrência, onde se incluem a reação de Mamadou Ba e as ameaças de que os bloquistas dizem estar a ser alvos.

O ex-líder do Bloco de Esquerda, acedendo ao repto no seu habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias, defendeu que “todas estas questões de segurança são sociais”, recordando, com efeito, a informação tornada pública esta sexta-feira e que dá conta que cerca de 11 mil mulheres se queixaram de violência doméstica em 2017. Simultaneamente, realçou ainda, “o problema dos bairros degradados também é social”.

Ora, no Bairro da Jamaica, que foi palco de desentendimentos entre a polícia e moradores, “vivem 234 famílias grandes, algumas das quais estão naquele bairro há 35 anos”. Aliás, “parte deste tempo sem água nem luz; é um gueto. E foi-se tornando num gueto de pobreza”, asseverou.

Todavia, na atualidade, as “coisas têm corrido melhor”, confessou Louçã, aluindo que em dezembro “começou a vigorar um acordo assinado há um ano” e de acordo com o qual “187 pessoas já foram realojadas”. Esta é, no seu entendimento, “a solução de fundo para estes bairros onde se criam estes problemas”.

Já quanto às reações, o comentador defendeu que se assistiu, no espectro político, a questões “muito emocionais”. Mamadou Ba “condenou a polícia e António Costa perdeu as estribeiras e reagiu de forma muito confrontacional com Assunção Cristas”. Nos dois casos, acredita, “temos de ter noção que são pessoas que viveram situações de racismo ou de discriminação”, só isso “justifica a explosão do primeiro-ministro que nunca tinha acontecido”.

Quanto à possibilidade de a difusão da informação poder ser equacionada como um estímulo à violência, Louçã defende que “é criancice” porque as imagens divulgadas do Bairro da Jamaica “são verídicas”. “Admitamos que a polícia foi recebida com pedradas. Mas o que vemos [no vídeo que circulou nas redes sociais] é uma reação desproporcionada em relação a pessoas que não estavam a atirar pedras. É violência num contexto racista e é evidente que outros polícias não teriam atuado assim”.

Face a estas circunstâncias, defendeu o bloquista que “a atitude do comando da Polícia foi corretíssima, que mal soube daquilo instaurou um processo”. Atitude igualmente correta teve, aos olhos de Francisco Louçã, “Catarina Martins e o Presidente da República que apelou à não generalização”.

Por sua vez, a reação de “Carlos César foi um ato de ódio partidário”. As suas declarações foram, como alegou o ex-líder do Bloco de Esquerda, “formas de excitar o tumultuo. E é a segunda vez que Carlos César o faz. Este homem quer ser presidente da Assembleia da República na próxima eleição?”. Então “devia ter um pouco mais de ponderação e não pensar que a política se faz só atirando pedras”.

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