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Bloco revê-se em declarações de César sobre ataque racista no Porto

A coordenadora do BE, Catarina Martins, disse hoje que se revê nas declarações de junho passado do líder parlamentar do PS, Carlos César, quando este defendeu, sobre "um ataque racista no Porto", que situações destas "não devem ser subestimadas".

Bloco revê-se em declarações de César sobre ataque racista no Porto
Notícias ao Minuto

12:20 - 25/01/19 por Lusa

Política Catarina Martins

"Senhor primeiro-ministro, devo dizer-lhe que também eu me revejo nas declarações de Carlos César. Revejo-me nas declarações do verão passado, em que dizia sobre um ataque racista no Porto que situações não devem ser subestimadas", começou por dizer Catarina Martins na sua intervenção no debate quinzenal de hoje no parlamento.

O líder parlamentar do PS, Carlos César, tinha acusado na quinta-feira o Bloco de Esquerda de adotar posições que têm "acirrado ânimos" face aos episódios de "perturbação" da ordem pública na sequência da intervenção policial no chamado bairro da Jamaica, no Seixal.

A coordenadora do BE aproveitou o debate quinzenal com o primeiro-ministro -- onde este tema já tinha surgido em intervenções anteriores -- para responder a Carlos César e usar declarações do próprio sobre um incidente, em junho do ano passado, a propósito de uma violenta agressão a uma jovem colombiana por um segurança de uma empresa privada a exercer funções de fiscalização para a STCP, no Porto.

"[Carlos César] dizia mesmo, e cito: 'devem ser sobrevalorizados porque essa é a obrigação das autoridades num Estado direito. Temos de defender o país que queremos'", lembrou.

"E revejo-me, senhor primeiro-ministro, nas declarações que fez hoje, ao citar expressamente, ao não esquecer a família agredida porque foi uma agressão aquilo a que assistimos no Seixal", acrescentou.

Para Catarina Martins, não há ninguém no parlamento "que não considere que foi sensata a decisão do comando da PSP de iniciar uma investigação ao incidente".

"Porque todos sabemos aqui que as forças de segurança, que por todo o país cumprem exemplarmente a sua função, não devem ficar manchadas pela impunidade daqueles que não estão à altura das suas funções", insistiu.

Mas a líder do BE avisou ainda que "aqueles jovens e aquela família que se sentem agredidos, para respeitarem as forças de segurança" têm que saber que "não existe impunidade".

"É assim que se constrói a democracia: a segurança nunca se opõe aos direitos humanos", defendeu.

Antes, o líder parlamentar do PSD tinha desafiado o primeiro-ministro a esclarecer se se revê nas críticas de Carlos César ao BE no caso do bairro da Jamaica, com António Costa a responder perguntando "qual é a dúvida".

Após a manifestação em frente ao Ministério da Administração Interna na segunda-feira, em Lisboa, quatro pessoas foram detidas na sequência do apedrejamento de elementos da PSP por participantes no protesto, convocado para dizer "basta à violência policial" e "abaixo o racismo".

Este protesto ocorreu um dia depois de incidentes em Vale de Chícharos, conhecido por bairro da Jamaica, entre a PSP e moradores, de que resultaram feridos cinco civis e um polícia, sem gravidade.

O Ministério Público e a PSP abriram inquéritos aos incidentes no bairro da Jamaica.

Os quatro manifestantes detidos em Lisboa vão ser julgados sumariamente em 07 de fevereiro.

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