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Fecho de fábrica em Moura aumenta desemprego e fragiliza economia

O PCP lamentou hoje o fecho da fábrica de painéis solares de Moura, no Alentejo, considerando ser "um facto negativo para o concelho, com repercussão a nível do aumento do desemprego e na fragilização da economia local".

Fecho de fábrica em Moura aumenta desemprego e fragiliza economia
Notícias ao Minuto

10:46 - 23/01/19 por Lusa

Política PCP

Num comunicado enviado à agência Lusa, a concelhia do PCP de Moura, no distrito de Beja, frisa que o fecho ocorreu "logo após o fim do prazo" de 10 anos em que a empresa dona da MFS - Moura Fábrica Solar, a espanhol ACCIONA, "estava obrigada a manter os postos de trabalho".

Os comunistas defendem que "devem ser intensificadas e diversificadas as diligências no sentido de encontrar uma solução alternativa, que tenha como prioridade a situação" dos 105 trabalhadores que vão ficar desempregados e "o aproveitamento das instalações e condições existentes no espaço da fábrica".

O fecho foi anunciado este mês e justificado pela ACCIONA com o facto de a viabilidade económica da fábrica ser "impossível, num ambiente de mercado competitivo dominado por fabricantes chineses".

Segundo o PCP, o fecho da fábrica "não se pode dissociar do processo de integração e concentração capitalista, em que na guerra da competitividade e da conquista dos mercados são os trabalhadores e a coesão territorial que ficam para trás".

A criação da MFS, que começou a funcionar em 2008, esteve vários períodos parada e parou de produzir definitivamente em setembro de 2018, foi uma das contrapartidas do projeto de construção da Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, no concelho de Moura.

Após ter comprado a empresa criada pela câmara para construir e gerir a central, a ACCIONA construiu a MFS e, no âmbito de um acordo com o município, comprometeu-se a mantê-la a funcionar durante 10 anos, ou seja, até 2018, e com mais de 100 trabalhadores.

Um porta-voz da ACCIONA disse à Lusa que a empresa "cumpriu todos os seus compromissos" com as autoridades portuguesas, mantendo a atividade da fábrica durante 10 anos, "com uma média de mais de 100 empregados" e através de dois parceiros tecnológicos, um primeiro espanhol e um segundo chinês, que a geriram.

No entanto, o segundo parceiro, que geria a fábrica, "anunciou em 10 de setembro de 2018 - sete dias depois de a União Europeia ter decidido eliminar as tarifas sobre a importação de painéis da China - que iria concluir definitivamente a sua atividade em Moura e transferir a sua produção para fábricas na Ásia", explicou o porta-voz.

"Ao longo de 2018", a ACCIONA tentou negociar a entrada de um terceiro parceiro na gestão da MFS, mas "sem qualquer resultado, dada a evolução do setor à escala global", e, por isso, "não houve outra opção senão [a de] fechar a fábrica", frisou.

No dia 10 deste mês, questionado por jornalistas sobre o que falhou na MFS, o presidente da Câmara de Moura, o socialista Álvaro Azedo, disse que o município, quando era gerido pela CDU, devia ter negociado com a ACCIONA "um prazo mais dilatado" para a manutenção da atividade da fábrica, "em vez dos 10 anos, 25 anos", que é o tempo que a empresa vai explorar a central de Amareleja.

Segundo o PCP, as declarações de Álvaro Azedo, "mais do que uma profunda ignorância" sobre como se desenvolveu o processo, "patenteiam uma postura de má-fé".

O PCP lembra o trabalho e o "papel determinante" dos eleitos locais da CDU no projeto que permitiu criar a MFS e a central de Amareleja e "os esforços" desenvolvidos pelo partido nos últimos tempos para criar condições para que a fábrica se mantivesse a funcionar.

Os comunistas criticam "a demagogia do PS", com "destaque" para Álvaro Azedo, que "procura fazer esquecer" o papel dos eleitos locais do PS no processo, "pelas dificuldades que procuraram criar e por não terem dado o seu voto favorável em aspetos essenciais do projeto.

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