Rio não comenta renúncia de Colaço e pedido de destituição de Mota Pinto
O presidente do PSD, Rui Rio, escusou-se esta terça-feira a comentar questões da vida interna do partido, nomeadamente a renúncia de Paulo Colaço, membro do Conselho de Jurisdição, e o seu pedido para a destituição de Paulo Mota Pinto.
© Tony Dias/Global Imagens
Política PSD
"Não vou tecer nenhum comentário sobre vida interna. É uma coisa que eu não fiz, ao contrário do que dizem, normalmente não faço", disse Rui Rio aos jornalistas, à margem de uma reunião na sede nacional do partido, em Lisboa.
Paulo Colaço, membro do Conselho de Jurisdição do PSD, anunciou na segunda-feira que vai renunciar ao cargo e apresentar uma ação disciplinar contra Paulo Mota Pinto, pedindo a sua destituição de presidente da Mesa do Conselho Nacional e do Congresso.
"Tive de abrir uma exceção por força do Conselho Nacional. O Conselho Nacional tem as coisas resolvidas, não vou opinar mais sobre isso", vincou o líder dos sociais-democratas.
Esta decisão do membro do Conselho de Jurisdição surgiu três dias depois do fim do Conselho Nacional do PSD, durante a qual todos os membros presentes deste órgão jurisdicional do partido abandonaram a sala da reunião, depois de Paulo Mota Pinto ter recusado um parecer seu, que considerava que o requerimento apresentado por um décimo dos conselheiros obrigava à votação secreta da moção de confiança à direção de Rui Rio.
Em carta enviada ao presidente do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), José Nunes Liberato, a que a Lusa teve acesso, Paulo Colaço acusa Mota Pinto de ter tido "um conjunto de comportamentos graves e em crescendo".
"Começou por tentar que o CJN enjeitasse as suas funções jurisdicionais; quis impedir que este órgão usasse da palavra para exercício dessas funções; mais tarde, impediu mesmo que o CJN falasse; ignorou um parecer vinculativo nosso; e chegou ao cúmulo de negar aos conselheiros o direito ao uso da palavra, com a gravidade de -- com isso -- ter inviabilizado o instituto do 'recurso para o plenário', um instrumento democrático essencial nas reuniões de tipo Assembleia", acusou.
Para Paulo Colaço, o presidente do Conselho Nacional mostrou na reunião de quase onze horas, que decorreu até à madrugada de sexta-feira, "uma faceta arrogante, soberba e insolente".
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