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"Simpatias" ou "azedumes" à parte, Rio "arrumou a casa"

No entendimento de Francisco Louçã, “à Direita e à Esquerda, a vitória de Rio deve ser vista com simpatia". Estou certo que no Largo do Rato será vista com algum azedume”, atira o fundador do Bloco de Esquerda.

"Simpatias" ou "azedumes" à parte, Rio "arrumou a casa"
Notícias ao Minuto

23:30 - 18/01/19 por Filipa Matias Pereira

Política Louçã

O mote foi lançado por Luís Montenegro, que desafiou Rui Rio para uma ‘guerrilha’, que é como quem diz para convocar eleições diretas antecipadas. O ex-autarca do Porto não aceitou o desafio para medir forças; antes, convocou o Conselho Nacional para que fosse votada uma moção de confiança. Rio confiou na vitória e os militantes não dececionaram. Rio venceu, indiretamente, Montenegro que não foi convidado para a grande noite onde se ‘vestiu’ laranja e onde se decidiu o futuro próximo do PSD.

Esta “crise” no seio do Partido Social-Democrata traduz-se, no entendimento de Francisco Louça, numa “reorganização do mapa interno”. No final, Rio saiu de sorriso reforçado, motivado pela confiança dos militantes, e “arrumou a sua casa, sabendo que tem um desafio em outubro, na noite das legislativas”.

Tecendo uma prospetiva, a diferença entre Rio e Montenegro “é muito pouco significativa” aos olhos do bloquista. A questão é que o antigo líder parlamentar do PSD “evoca mais diretamente Passos Coelho porque foi o seu líder parlamentar no período muito duro do governo PSD/CDS e tem esse risco e obrigação”.

Na prática, defendeu Louçã no seu habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias, “um dos resultados deste conflito é que Paulo Rangel, colocando-se ao lado de Rui Rio, aparece como um candidato inevitável a continuar a liderar a lista do PSD nas europeias”. Mas este será “o primeiro conflito que o PSD perderá”, crê o ex-líder do Bloco de Esquerda. Porém, este candidato social-democrata “não contrasta assim tanto com o que Montenegro quereria porque vê-se na sua forma de intervenção pública. Paulo Rangel será um candidato de agressividade”, asseverou.

Já quanto ao equacionado regresso de Passos Coelho, Louçã mostrou-se cético, advogando que seria “um grande erro para ele”. Aliás, explicou, “quem sugeriu a vontade de Passos Coelho voltar foram os setores próximos de Montenegro”, sendo que o ex-primeiro ministro “teria de se afirmar mesmo que perdesse para ficar marcado como o candidato forte no dia em que Rio possa voltar a ser questionado, antecipando a derrota nas europeias”.

Mas os resultados do Conselho Nacional do PSD são também uma “desilusão para Costa”, que “sabia que não haveria muita hipótese de Montenegro ganhar, mas era muito vantajoso para o PS que ele fosse o candidato”, considerando “o passado do tempo da Troika e pelo estilo que procuraria imprimir”. Em suma, “há Direita e à Esquerda, a vitória de Rio deve ser vista com simpatia. Estou certo que no Largo do Rato será vista com algum azedume”.

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