"TVI fez uma insinuação para lançar boato de que tenho responsabilidades"
O secretário-geral do PCP defende que a polémica em torno de um alegado cargo do seu genro na Câmara de Loures tem como objetivo responsabilizá-lo a ele, Jerónimo de Sousa.
© Global Imagens
Política Jerónimo de Sousa
Foi um momento de tensão vivido, esta tarde, em direto, entre o secretário-geral do PCP e o jornalista da TVI, que decidiu confrontá-lo com a notícia avançada esta quinta-feira sobre a alegada existência de contratos entre a autarquia comunista de Loures e o genro do secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa começou por “sublinhar o facto de a TVI ter censurado o esclarecimento que dei, que me foi solicitado e correspondido imediatamente”, dando a entender que a estação de Queluz terá cortado parte das suas declarações.
“A TVI não fez nenhuma acusação, incluindo ao secretário [do PCP]. Fez uma insinuação. E como é sabido, a insinuação é a raiz do boato porque não responsabiliza ninguém mas espalha a ideia de que há responsabilidades, neste caso, da minha parte”, sustentou o comunista.
Confrontado sobre se sabia ou não dos contratos realizados entre a Câmara de Loures e o seu genro, Jerónimo de Sousa questionou se “por causa de um familiar” seria “obrigado a conhecer a vida profissional” dos seus sobrinhos e irmãos.
“Não tinha conhecimento, nem tinha que ter”, retorquiu, alegando que “a TVI tem um problema: tem dificuldade em provar que houve acusações”.
Visivelmente indignado com as questões que lhe eram colocadas, o secretário-geral do PCP acusou ainda a estação de Queluz de não querer saber se um familiar seu era funcionário na autarquia de Loures, mas sim em “responsabilizar o secretário-geral do PCP”.
Recorde-se que de acordo com a estação de Queluz, a empresa do genro de Jerónimo de Sousa terá sido contratada por ajuste direto por valores superiores ao salário auferido por Bernardino Soares, o presidente da Câmara Municipal de Loures.
Momentos depois de a reportagem ter sido emitida, o PCP emitiu um comunicado a arrasar o trabalho jornalístico, descrevendo-o como sendo uma “abjeta peça de anticomunismo sustentada na mentira, na calúnia e na difamação”.
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