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Se Rio vencer "não é a minha derrota política. Ele não ouviu militantes"

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro reforçou, em entrevista à TVI, que a decisão de Rui Rio em optar pela moção de confiança à sua liderança não é o desejável, porque o PSD "elege os seus líderes por votação direta".

Se Rio vencer "não é a minha derrota política. Ele não ouviu militantes"
Notícias ao Minuto

21:06 - 14/01/19 por Anabela de Sousa Dantas

Política Luís Montenegro

Luís Montenegro não acredita que sofrerá uma derrota política caso Rui Rio, atual líder do PSD, consiga o voto de confiança dos conselheiros nacionais do PSD, numa moção que será votada no Conselho Nacional extraordinário marcado para a próxima quinta-feira.

Quando questionado por Miguel Sousa Tavares, na antena da TVI, sobre a possibilidade de Rio vencer a moção de confiança,  Montenegro manteve-se convicto: "Não é a minha derrota política, é a opção do doutor Rui Rio não ouvir os militantes e ouvir um órgão no qual tem, à partida, pelo menos é isso que ele pensa, mais vantagem".

Admitindo que o Conselho Nacional "representa o partido", Montenegro sustentou, porém, que este "não representa a vontade direta dos militantes que é aquela que subjaz à eleição do líder". "O PSD há mais de dez anos elege os seus líderes por votação direta, em que todos os militantes têm possibilidade de participação", acrescentou.

O antigo líder parlamentar afirmou que Rui Rio "não teve coragem" de pedir eleições diretas porque "teve receio de enfrentar o veredicto dos militantes".

"Os conselheiros nacionais não são militantes?", questionou Sousa Tavares. "São, com certeza, mas não é a mesma coisa. E também não têm o mesmo efeito político", retorquiu o social-democrata. Se Rui Rio vencer a moção de confiança, insiste Montenegro, "manter-se-á no lugar mas manter-se-á no lugar, infelizmente, numa altura em que não quis ouvir o partido".

Luís Montenegro explicou também por que razão escolheu esta altura para desafiar a liderança social-democrata. "Eu creio que era a única altura em que isto poderia suceder. O doutor Rui Rio foi eleito há precisamente um ano, ao abrigo de uma estratégia com a qual eu estive sempre em desacordo. O tempo que passou foi agravando a situação do PSD, de tal maneira que a partir sobretudo do verão se começou a estabilizar um nível de falta de aceitação nas sondagens que é uma constante. Paralelamente, o doutor Rui Rio neste período não foi capaz de unir o partido e aparece aos olhos dos eleitores não como uma alternativa ao PS em termos de governação mas muitas vezes como uma muleta do PS quando não este não tem o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda", justificou.

No entender do social-democrata, se a decisão for tomada agora, "podemos ter um novo líder ou um líder reforçado em março, a dois meses das eleições europeias e ainda a meio ano das legislativas", rejeitando, portanto, que a sua pretensão à liderança venha perturbar o período eleitoral.

“Unidade, atitude e prioridades”. Estas são as máximas que regem a proposta de Luís Montenegro para o PSD, pedindo, principalmente, para que sejam definidas as prioridades do partido, que devem passar, no seu entender, por um alívio fiscal na classe média e uma aposta nos serviços públicos e no crescimento da economia.

“Nós temos de equacionar um programa político que dê melhores condições de vida à nossa classe média. Temos hoje uma classe média fustigada por impostos, uma classe média a sofrer na pele a desvalorização e a falta de aposta nos serviços públicos e temos de ter políticas capazes de dar bem-estar àquela que é a franja maior da nossa população”, indicou.

Questionado por Sousa Tavares sobre como irá aliviar a carga fiscal e, ao mesmo tempo, melhorar os serviços públicos, Montenegro respondeu que “é preciso compaginar isso com uma criação maior de riqueza”.

“Nós hoje temos em Portugal um logro, o logro do crescimento da economia. Temos 21 países na Europa a crescer mais economicamente do que nós, mas achamos que os nossos resultados são fantásticos e a oposição ainda não apresentou argumentos suficientes para dizer ao país que isto é um logro”, criticou, sublinhando que o país vive “um cenário de sucesso que não é real”.

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