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PSD de Portalegre diz que desafio de eleições diretas "não faz sentido"

O presidente da distrital de Portalegre do PSD considerou hoje "pouco razoável" a "pressão" de Luís Montenegro sobre Rui Rio, considerando que o desafio de eleições diretas "não faz sentido" em "vésperas" de três atos eleitorais.

PSD de Portalegre diz que desafio de eleições diretas "não faz sentido"
Notícias ao Minuto

16:18 - 14/01/19 por Lusa

Política Distrital

"Tudo tem um tempo e acho que não faz sentido nenhum haver eleições diretas porque há um militante que as pede, apesar de cada um ter a legitimidade para as pedir. O PSD tem eleições internas em janeiro de 2020 e é nessa altura que devem ser feitas", disse à agência Lusa Armando Varela.

Luís Montenegro manifestou disponibilidade para se candidatar à liderança do PSD e desafiou o presidente do partido a convocar eleições diretas antecipadas de imediato, mas Rui Rio, que completou um ano de mandato no domingo, rejeitou e em resposta pediu a convocação de um Conselho Nacional extraordinário para que o órgão aprecie e vote uma moção de confiança à sua direção e que já está marcado para quinta-feira.

Também no Alentejo, o presidente da distrital de Beja do PSD, João Guerreiro, considerou "normal" o desafio de Luís Montenegro e a resposta de Rui Rio, enquanto a congénere de Évora, Sónia Ramos, remeteu uma eventual posição sobre a situação no partido depois de se reunir com a comissão política distrital na quinta-feira.

Segundo o líder do PSD de Portalegre, que, na última corrida eleitoral à presidência do partido apoiou Rui Rio, a "pressão" que Luís Montenegro está a fazer internamente é "pouco razoável", "sobretudo num ano em que vão ser disputadas três eleições".

"O que me parece é que [Luís Montenegro] está empenhado em que o PSD perca as eleições. Se ele não tivesse empenhado em que o PSD perdesse as eleições não criava uma crise interna no partido. Isto é tudo menos razoável", afirmou Armando Varela.

"Se as pessoas não se sentem bem num partido têm liberdade para continuar, ir a eleições quando for o caso ou para saírem, foi, bem e com coerência, o que fez Pedro Santana Lopes. Se Luís Montenegro não se sente bem o melhor é procurar se calhar Pedro Santana Lopes, que é amigo dele, e talvez lá consigam fazer um partido melhor", acrescentou.

Armando Varela considerou que o primeiro ano de mandato de Rui Rio está a decorrer "dentro daquilo que são as expectativas" de quem lidera a oposição e que o PSD está "ainda condicionado" na sua estratégia, porque o Governo "promete o céu e a terra" e "pouco tem feito" pelo país.

Segundo Armando Varela, o primeiro ano de mandato de Rui Rio fica ainda marcado pelas "quezílias internas", questionando, de seguida, se "contribuem com alguma coisa" para a força que o PSD precisa para enfrentar os próximos atos eleitorais.

Já o presidente da distrital de Beja do PSD reconheceu que Rui Rio, no primeiro ano de mandato, "suscitou pouco entusiasmo nos militantes e na intenção de voto dos portugueses e as sondagens demonstram isso".

Mas, sublinhou, "ainda estamos a nove meses de eleições legislativas e há trabalho pela frente".

Por isso, João Guerreiro considerou "uma situação normal" Luís Montenegro ter manifestado disponibilidade para se candidatar à liderança do PSD e desafiado Rui Rio a convocar eleições diretas antecipadas.

"Se realmente há algum descontentamento e as sondagens não indicam nada de bom para o PSD, um militante avançar e pronunciar-se é normal", afirmou João Guerreiro, que, nas últimas eleições internas do PSD, apoiou Santana Lopes, o candidato rival de Rui Rio e que foi derrotado.

"Também acho normal a reação de Rui Rio para clarificar as posições dentro do PSD e o partido naturalmente sair mais reforçado deste processo", disse João Guerreiro, que foi eleito em novembro de 2016, está em fim de mandato e não se vai recandidatar à presidência da distrital de Beja do PSD em eleições que deverão realizar-se em fevereiro.

"Se as sondagens tivessem outros valores mais saudáveis ao PSD, se calhar nenhum militante se iria pronunciar e estariam todos mais agradados com o desenvolvimento dos trabalhos dentro do partido. Ora isso não se passa. Acho normal que alguém avance para depois irem todos a votos e clarificar o partido", disse João Guerreiro, frisando que "depois destes processos, normalmente os partidos saem mais reforçados e existe mais entusiasmo, mais agregação do líder que está ou do novo líder".

Questionado sobre se defende eleições diretas antecipadas, João Guerreiro respondeu: "Se Luís Montenegro avançou para uma situação dessas ele lá terá as suas razões, se calhar corresponde a alguma parte do PSD que também não se revê neste tipo de desenvolvimento de trabalhos [liderado por Rui Rio]".

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