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"Montenegro fez bem, é preferível a clarificação a uma paz podre"

Luís Marques Mendes reagiu esta noite de domingo, no seu espaço de comentário da SIC, ao desafio imposto por Luís Montenegro à atual liderança do PSD, evidenciando alguma divisão interna no partido. O comentador não critica a tomada de posição de Montenegro, que considera “corajosa”, e diz que seria preferível eleições diretas à monção de confiança.

"Montenegro fez bem, é preferível a clarificação a uma paz podre"
Notícias ao Minuto

21:45 - 13/01/19 por Anabela de Sousa Dantas

Política Marques Mendes

Luís Marques Mendes compara as últimas evoluções no seio do Partido Social-Democrata (PSD) à situação ocorrida em 2014 com o Partido Socialista (PS), quando a liderança de António José Seguro foi desafiada por António Costa, atual primeiro-ministro.

“Não é igual, mas é muito semelhante”, explica o comentador, que diz “manter a mesma coerência em termos de análise”. “Acho que é preferível a clarificação à paz podre. António Costa fez bem em, perante um mal-estar que existia dentro do PS, dar a cara, assumir e pedir uma clarificação. E mais tarde disse que António José Seguro fez bem também em responder positivamente e fazer a clarificação”, indicou.

Recordando que as sondagens “são o sinal exterior de mal-estar dentro do PSD”, Marques Mendes alinhou com a posição do antigo líder parlamentar do partido: “Luís Montenegro, concorde-se ou discorde-se das suas opiniões, fez bem e teve mérito. Porque assumiu com coragem as suas posições, porque deu a cara, não se limitou a deixar que as coisas queimassem em lime brando, foi direto ao assunto e pediu uma clarificação”.

Rui Rio, atual líder do partido, reagiu este sábado negativamente ao desafio de Montenegro, que pedia eleições diretas imediatas, e anunciou que será realizado um Conselho Nacional extraordinário para votar uma moção de confiança à sua liderança.

Marques Mendes refere, no que à reação diz respeito, que Rio “também fez bem”. “Rui Rio podia fingir, fazer de conta, não dizer nada, tinha o estatuto a favor dele, mas não, assumiu”, afirmou.

Porém, acredita que as eleições diretas seriam a melhor opção, uma posição já defendida também pela ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque. “Em termos analíticos, para o partido seria melhor fazer eleições diretas. Se Rui Rio ganhasse nessas eleições diretas saia muito reforçado, eu diria, reforçadíssimo”, sublinhou, acrescentando que, nesse caso, “os críticos tinham que meter a viola no saco”.

“Se, pelo contrário, Rui Rio não ganhasse as diretas, havia um novo líder, um novo ciclo. E um novo ciclo nos partidos normalmente dá uma nova expetativa, uma nova esperança”, completou Marques Mendes.

De todo o modo, o comentador social-democrata acredita que Rui Rio vai sair vencedor. “A moção de confiança vai ser aprovada. Nunca vi, ao longo da história do PSD, um líder perder uma votação relevante no Conselho Nacional”.

Por outro lado, seja qual for o resultado, “ambos saem vencedores”. Se Rui Rio ganhar o voto de confiança dos militantes, Montenegro “também ganha” porque “teve a coragem de fazer o desafio” e “fica na pole position se as coisas correrem mal em outubro”.

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