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Um ano se passou. A atribulada caminhada de Rui Rio à frente do PSD

Rui Rio completa este domingo um ano desde que foi eleito presidente do PSD, a 13 de janeiro, derrotando Pedro Santana Lopes em eleições diretas por 54% dos votos.

Um ano se passou. A atribulada caminhada de Rui Rio à frente do PSD
Notícias ao Minuto

08:40 - 13/01/19 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política Partidos políticos

Da promessa de uma “oposição forte”, há um ano, até ao dia de hoje, muito se disse e muito se escreveu sobre as lutas internas no principal partido da oposição. Rui Rio completa este domingo um ano desde que foi eleito presidente do PSD, a 13 de janeiro, derrotando Pedro Santana Lopes em eleições diretas por 54% dos votos.

Mas enfrenta, justamente agora, a fase mais crítica depois de Luís Montenegro ter pedido eleições diretas "já" e de ter mostrado disponível para a liderança do partido.

E porquê? Porque, dramatizou o antigo líder parlamentar na sexta-feira, “é preciso salvar o PSD do caminho do abismo”. A resposta do presidente social-democrata chegaria um dia depois, com a devida calma como prometeu nas primeiras reações. 

 “A minha resposta é não”, atirou Rui Rio, este sábado, no final de uma reunião extraordinária do Conselho Nacional. Nessa mesma declaração, sem direito a perguntas dos jornalistas, o líder do PSD não só não aceitou eleições antecipadas como anunciou que vai apresentar uma moção de confiança. E denunciou aquilo que considera um “espectáculo deplorável de guerrilha interna e afronta permanente" a si. 

Chegados aqui, importa recorda recordar os 12 meses de liderança, um ano marcado pela constante turbulência interna. Segue-se uma cronologia dos momentos mais marcantes desde que Rui Rio foi eleito presidente do principal partido da oposição. 

2018

13 de janeiro

Rui Rio promete uma "oposição firme e atenta", mas "não demagógica ou populista". Internamente, afirma que "há condições de unidade" no partido e avisa que o PSD "não foi fundado para ser um clube de amigos ou uma agremiação de interesses ou de grupos".

 16 de janeiro

Na sua primeira entrevista à RTP, o presidente eleito do PSD aponta como "primeiro objetivo" do partido "ganhar as eleições legislativas com maioria absoluta".

 18 de janeiro

- Rui Rio e Pedro Passos Coelho reúnem-se na sede nacional do PSD, em Lisboa. Passos deseja uma transição para a nova liderança "com naturalidade", tal como Rui Rio, embora o líder eleito tenha considerado que existe "alguma turbulência".

19 de janeiro

- David Justino, coordenador da moção de estratégia que o presidente eleito do PSD leva ao congresso, defende, em entrevista à Antena 1, que o partido "tem de estar preparado" para segurar o líder, mesmo se perder as legislativas.

 14 de fevereiro

- O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anuncia a convocação de eleições antecipadas para a direção da bancada, depois de Rui Rio lhe ter manifestado o desejo de trabalhar com outra liderança de bancada.

 15 de fevereiro

- Fernando Negrão anuncia candidatura à liderança parlamentar.

 16 de fevereiro

- O presidente cessante do PSD, Pedro Passos Coelho, fala aos militantes na abertura do Congresso do partido e diz-se disponível para contribuir "como um soldado" para a união do partido.

- No seu primeiro discurso no Congresso, Rui Rio agradece a Pedro Passos Coelho a governação histórica "de salvação nacional", defende que o partido deve saber pôr os interesses do país em primeiro lugar de forma a resolver "estrangulamentos estruturais que nenhum partido está capaz de resolver isoladamente" e rejeita qualquer hipótese de Bloco Central.

17 de fevereiro

- Já de madrugada, os representantes do presidente eleito do PSD, Rui Rio, e do seu adversário nas diretas, Pedro Santana Lopes, chegaram a um acordo para listas de unidade aos órgãos nacionais do partido, à exceção da Comissão Política Nacional, depois de alguns avanços e recuos.

- Num dos discursos mais aplaudidos do Congresso, o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro anuncia que vai deixar o parlamento a 05 de abril, 16 anos depois de ter tomado posse, e promete ao partido que poderá no futuro disputar a liderança.

18 de fevereiro

-A nova vice-presidente do PSD Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogados, é vaiada na sessão de encerramento do 37.º Congresso Nacional do PSD.

No discurso de encerramento no Congresso, Rui Rio aponta o fortalecimento da classe média como "o principal foco de ação" de um partido social-democrata, a par do combate à pobreza e defende debates alargados no país sobre duas matérias que considera essenciais: a descentralização e a reforma do sistema da Segurança Social.

 19 de fevereiro

- Rui Rio vai a Belém e transmite ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que os sociais-democratas estão "completamente disponíveis" para dialogarem com "outros partidos" com vista a concretizar as reformas de que Portugal precisa.

 20 de fevereiro

- No final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, Rui Rio diz que há "uma nova fase" nas relações com o PS e anuncia que será iniciado um diálogo com o Governo nas áreas da descentralização e do futuro quadro comunitário.

 22 de fevereiro

- Fernando Negrão é eleito líder parlamentar do PSD com apenas 39,7% dos votos e afirma que "há um problema ético" na bancada do PSD, uma vez que nem todos os membros que integravam a lista da direção terão votado no seu nome.

1 de março

- Rui Rio almoça com a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, com quem disse ter mantido uma conversa semelhante à que teve com o primeiro-ministro, centrada nas questões estruturais, remetendo a discussão de eventuais coligações com os centristas para depois.

 7 de março

- Rui Rio anuncia a criação de novos moldes para o Conselho Estratégico Nacional (CEN) do partido, presidido por David Justino, que estará dividido em 16 áreas temáticas, com porta-vozes e coordenadores nacionais, e que poderão ser replicados à escala distrital.

 8 de março

- Rui Rio reúne-se pela primeira vez com a bancada parlamentar do PSD e, no final, considera que o encontro não podia ter corrido melhor, salientando as "muitas intervenções construtivas" durante as cerca de três horas e meia que durou o encontro e na qual ouviu críticas do ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro sobre a estratégia seguida pela direção do partido na relação com os deputados e na aproximação ao PS.

 10 de março

- Semanário Sol noticia que o secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte, teve de retificar o seu currículo académico para retirar o item que o indicava como professor convidado (visiting scholar) na Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, função que nunca desempenhou.

 11 de março

- No encerramento do Congresso do CDS-PP, em Lamego, Rio afirma que o secretário-geral do partido lhe deu a mesma explicação sobre o seu currículo que à comunicação social, dizendo que havia um aspeto "que estava a mais, não era preciso, e corrigiu".

18 de março

- Feliciano Barreiras Duarte demite-se do cargo de secretário-geral, um mês após ter sido eleito no congresso de fevereiro e depois de polémicas em torno do seu currículo académico e de alegadas irregularidades na comunicação da sua morada no parlamento. 

19 de março

- José Silvano, deputado e antigo autarca de Mirandela, é indicado em comunicado como novo secretário-geral do PSD, cerca de 24 horas depois da demissão de Feliciano Barreiras Duarte.

4 de abril

- Em entrevista à Lusa, na véspera de deixar o parlamento, o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro assegura que o seu desejo é que o presidente do partido seja primeiro-ministro em 2019, considerando que é "um erro colossal" colocar a hipótese de Rui Rio não terminar o mandato.

6 de abril

- Em entrevista à Antena 1, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, admite um referendo sobre a morte medicamente assistida, com vários projetos pendentes no parlamento.

Horas mais tarde, Rui Rio, que tem uma posição pessoal favorável à despenalização da eutanásia, diz ser contra uma consulta popular sobre este tema.

17 de abril

- O jornal i noticia uma rutura política entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, depois dos nomes sugeridos pelo candidato derrotado nas diretas não terem sido incluídas no Conselho Estratégico Nacional. Na Sic-Notícias, Santana não fala em rutura, mas confirma o afastamento, dizendo que "nenhum trabalho conjunto" foi feito entre os dois desde o Congresso.

18 de abril

- Rui Rio e António Costa formalizam os acordos nas áreas da descentralização e dos fundos comunitários. Numa cerimónia na residência oficial do primeiro-ministro, Rio defende que os acordos com o Governo são "bons para Portugal e, logo, são bons para o PSD".

Horas antes, o antigo dirigente Luís Montenegro tinha dito na TSF que o PSD corria o risco de ser visto como "uma muleta do Governo".

 27 de abril

- O presidente do PSD anuncia que o partido vai dar liberdade de voto quando a questão da eutanásia for votada no parlamento, porque se trata de um assunto "que não é político".

29 de abril

- Rui Rio anuncia que o PSD vai chamar o antigo ministro socialista Manuel Pinho ao parlamento para esclarecer alegados pagamentos que terá recebido do BES quando estava no Governo. O BE viria depois a anunciar uma comissão de inquérito sobre o caso das rendas excessivas

 24 de maio

- Rui Rio confirma que o futuro regulamento de disciplina do partido incluirá uma norma para expulsar militantes condenados por corrupção, entre outros crimes.

 25 de maio

- Rui Rio lamenta pressão daqueles que são contra a despenalização da eutanásia sobre os que são a favor, apelando a que se dê liberdade aos deputados para votar "em consciência".

Quer o antigo Presidente da República Cavaco Silva quer o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho lançaram apelos contra a legalização da morte assistida.

 26 de maio

- Pedro Santana Lopes renuncia ao lugar de número um no Conselho Nacional do PSD, para o qual tinha sido eleito em fevereiro, numa lista de consenso alcançado com Rui Rio, invocado "razões pessoais e profissionais, numa carta divulgada pelo semanário Expresso.

29 de maio

- Assembleia da República chumba os vários projetos de lei para a despenalização da eutanásia. Só seis deputados do PSD votaram a favor de alguns diplomas e apenas duas parlamentares - Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz -- o fizeram em relação aos quatro projetos em discussão.

4 de junho

- No primeiro documento do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, "Uma Política para a Infância", o PSD propõe a criação um novo subsídio para todas as grávidas, de pagamento único ao 7.º mês de gestação, o alargamento da licença de parentalidade para as 26 semanas e a substituição do atual regime do abono de família por subsídios fixos por criança (independentemente dos rendimentos dos pais).

 10 de junho

- Rui Rio assinala Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na Guiné-Bissau, a sua primeira deslocação internacional (à exceção da participação nas reuniões do Partido Popular Europeu) com uma visita de três dias, concertada com o Presidente da República.

 19 de junho

- No encerramento das primeiras (e até agora únicas) jornadas parlamentares do PSD sob a sua liderança, Rui Rio defende que a função do seu partido não é "empurrar o Governo para a irresponsabilidade", mas denunciar que o executivo "não fala verdade" e que "o discurso do milagre económico é uma aldrabice política".

22 de junho

- Fonte da direção do PSD acusa a bancada de ter votado a favor do projeto do CDS-PP sobre combustíveis "à revelia" de Rui Rio, uma atitude considerada "gravíssima".

"A bancada votou completamente à revelia do doutor Rui Rio, que foi confrontado com a decisão já tomada", disse à Lusa fonte da direção do PSD, assegurando que, se o presidente do partido tivesse sido informado previamente, a decisão teria sido de rejeitar esta iniciativa.

Pouco depois, o líder parlamentar do PSD veio dizer que agiu "sempre da mesma forma" em relação à direção e a Rui Rio em todas as votações, garantindo que, na especialidade, será a proposta dos sociais-democratas sobre combustíveis "que vai valer".

27 de junho 

- O presidente do PSD, Rui Rio, viaja para Angola, encontrando-se no dia seguinte com o Presidente de Angola, João Lourenço.

A viagem do líder do PSD acontece pouco tempo depois de a Procuradoria-Geral da República ter transferido para Angola o processo judicial que envolve o ex-vice-presidente do país, Manuel Vicente, e ainda antes de ter sido agendada a visita oficial de António Costa a este país, que aconteceria em setembro.

- Pedro Santana Lopes anuncia, em entrevista à Visão, que a sua intervenção política no PSD "acabou", mas sem esclarecer se se irá desfiliar deste partido e se pretende fundar uma nova formação política.

 30 de junho

- O presidente do PSD avisa que Portugal vai pagar um preço político elevado pela redução das 40 para as 35 horas semanais na saúde, alegando que a medida sustenta o acordo de governo entre a esquerda parlamentar, na véspera de a medida se começar a aplicar ao setor.

 17 de julho

- No jantar do grupo parlamentar do PSD, Rui Rio avisa o Governo que, apesar de se abster e viabilizar na generalidade as propostas de alteração às leis laborais, poderá vir a mudar o sentido de voto se o acordo de concertação social for desrespeitado.

Rio questiona ainda se o executivo está a cumprir a Constituição em matéria de saúde, anunciando que pretende fazer "uma reforma estrutural" nesta área assente na concorrência entre público, privado e setor social.

 24 de julho

- Em entrevista à TVI, Rui Rio afirma que se o partido não subir nas europeias em relação a 2014 "será um mau resultado", mas defende que tal não compromete a sua permanência à frente dos sociais-democratas.

4 de agosto

- O antigo líder do PSD e antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes anuncia a sua saída do PSD e a intenção de formar um novo partido, a Aliança, numa carta aberta divulgada pelo jornal online Observador.

- Em entrevista ao Expresso, o antigo líder da JSD Pedro Duarte defende que o PSD, "tão cedo quanto possível, deve mudar de estratégia e de liderança", e disse estar disponível para ser candidato à presidência do PSD.

 31 de agosto

- Depois de um mês em silêncio, Rui Rio visita as zonas afetadas pelo incêndio de Monchique no início de agosto, onde aponta falta de coordenação e salienta que "o PSD não fala com as casas a arder".

Sobre o novo partido de Santana Lopes, o presidente do PSD considera que não afetará os resultados dos sociais-democratas, que têm de ir buscar votos ao centro e à abstenção.

1 de setembro

- Realiza-se a Festa do Pontal do PSD no Algarve, com um novo formato, sem autocarros com militantes de todo o país e começando com um jogo de futebol entre dirigentes nacionais, locais e autarcas.

Na sua intervenção política, Rui Rio faz um forte ataque aos críticos internos: "Eu não posso aceitar que haja quem dentro do PSD esteja permanentemente através das críticas internas a proteger o PS e a tentar salvaguardar a vitória do PS".

7 de setembro

- Numa participação especial no programa "Bloco Central" da TSF, Rui Rio aconselha os críticos internos que discordam "estruturalmente" a saírem do partido, como fez Pedro Santana Lopes.

Na mesma ocasião, o líder do PSD aponta o resultado das legislativas do próximo ano como "elemento nuclear" para avaliar uma recandidatura em 2020, mas assegurou que a intenção "é continuar" para completar o seu projeto político.

9 de setembro

- No encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide (Portalegre), Rui Rio defende que o país tem de exigir ao Ministério Público que rapidamente faça a "acusação correta" no caso de Tancos, considerando o Governo "incapaz de dar mais respostas" sobre o caso.

11 de setembro

- Rui Rio diz não rejeitar "liminarmente" a taxa especial proposta pelo BE em relação a negócios no setor do imobiliário, considerando que "não é assim uma coisa tão disparatada", motivando críticas internas.

12 de setembro

- À entrada para um Conselho Nacional do PSD nas Caldas da Rainha (Leiria), Rio defende que o PSD apresente na discussão orçamental uma proposta para que a taxa do IRS sobre mais-valias seja diferenciada em função do número de anos entre a compra e a venda de imóveis.

A reunião fica dominada por várias críticas à estratégia da direção, com destaque para as do ex-líder parlamentar Hugo Soares sobre a "aproximação do PSD ao PS", e do 'vice' da bancada António Leitão Amaro que considera a intenção do PSD de agravar a penalização fiscal por especulação imobiliária um "erro histórico, identitário, técnico e político".

20 de setembro

- Rui Rio defende, pela primeira vez, a recondução da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal. Caso não seja esse o entendimento do Governo, sugere alguém "fora do Ministério Público".

Horas depois, o Presidente da República anuncia que nomeou para o cargo a procuradora-geral Adjunta Lucília Gago.

22 de setembro

- O vereador do PSD em Loures André Ventura anuncia o lançamento de um movimento, intitulado Chega, para recolher as 2.500 assinaturas necessárias para convocar um Congresso extraordinário com o objetivo de substituir Rui Rio na liderança.

4 de outubro

- O deputado e antigo assessor político de Passos Coelho, Miguel Morgado, defende que o presidente do PSD, Rui Rio, deve levar o seu mandato até ao fim, mas, no futuro, admite que ponderará uma candidatura à liderança do partido.

- Em entrevista à RTP, o líder do PSD defende que, dentro de um ano, o partido estará em condições de "disputar taco a taco" as legislativas com o PS, mas admitiu que neste momento "não está".

9 de outubro

- O autarca de Loures André Ventura encerra processo de recolha de assinaturas que visava convocar um Congresso extraordinário para destituir Rui Rio e anuncia deixará este mês o PSD, com o objetivo de formar um novo partido, com o nome Chega.

11 de outubro

- Deputados do PSD dizem-se alvo de silenciamento por parte da direção da bancada e do partido, críticas que partiram da antiga vice-presidente da bancada Teresa Morais e foram apoiadas por outros parlamentares. O líder parlamentar nega qualquer silenciamento e Rio escusa-se a comentar o tema.

12 de outubro

- Rui Rio afirma que, se fosse primeiro-ministro, o ministro da Defesa já teria saído do Governo, porque ficou "fragilizado politicamente" com o caso do reaparecimento das armas de Tancos.

Horas depois, Azeredo Lopes anuncia a demissão, que Rio disse "pecar por tardia".

20 de outubro

- Rui Rio anuncia que vai propor à Comissão Política Nacional que o PSD vote contra a proposta de Orçamento do Estado para 2019, proposta que é confirmada dias depois por unanimidade.

 24 de outubro

- Rui Rio anuncia que o PSD vai nomear uma comissão presidida pelo ex-líder da JSD Pedro Rodrigues para fazer uma reflexão de fundo sobre o funcionamento do partido e do sistema político do país.

A comissão, que trabalhará durante cerca de ano e meio, terá um conselho consultivo presidido pelo militante número 1 Francisco Pinto Balsemão.

3 de novembro

- O semanário Expresso noticia que o secretário-geral do PSD, José Silvano, tem pelo menos duas presenças indevidamente assinaladas em plenário no mês de outubro, em datas em que esteve ausente da Assembleia da República e realizou trabalho político fora de Lisboa.

5 de novembro

- Rui Rio mantém a confiança política no secretário-geral do partido, classificando o caso como "pequena questiúncula".

Na mesma ocasião, anuncia que o partido vai apoiar o líder parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) no Parlamento Europeu, o alemão Manfred Weber, na corrida à presidência da Comissão Europeia contra Alexander Stubb, antigo primeiro-ministro finlandês.

8 de novembro

- Novamente questionado sobre o caso Silvano, Rio responde em alemão aos jornalistas no congresso do Partido Popular Europeu, em Helsínquia: "Ich weiss nicht was sie sagen" (em português, "Não sei do que estão a falar").

- No parlamento português, numa declaração sem perguntas, José Silvano assegura que não pediu a ninguém que registasse a sua presença em plenário quando faltou e disse querer que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o caso.

9 de novembro

- A deputada social-democrata Emília Cerqueira assume ter sido a autora do registo falso do seu colega José Silvano no sistema informático de presenças em reuniões plenárias do parlamento, que disse ter feito "inadvertidamente" quando acedia a documentos no seu computador.

15 de novembro

- O PSD apresenta 104 propostas de alteração ao Orçamento do Estado, nas quais se incluem novos limites ao endividamento público e a retoma das negociações com os professores, nos termos previstos no orçamento do ano passado.

23 de novembro

- Num balanço dos 3 anos do Governo PS liderado por António Costa, Rui Rio admitiu que "nem tudo está mal", mas fez uma avaliação negativa do trabalho do executivo.

28 de novembro

- Ministério da Justiça recebe partidos sobre documento sobre reforma da Justiça elaborado pelo PSD, nunca divulgado publicamente. Apenas o PS se mostra disponível para dialogar sobre o tema, mas no parlamento.

29 de novembro

- Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, o vice-presidente do PSD Manuel Castro Almeida reconhece que o "ruído" dentro do partido está a impedir que o presidente Rui Rio passe para a opinião pública as propostas de oposição ao Governo, receando o "suicídio coletivo".

3 de dezembro

- O presidente do PSD lamenta que atualmente os líderes partidários sejam "uma espécie de diretor comercial" que são substituídos quando "não conseguem vender o produto com sucesso", ou seja, quando perdem eleições.

5 de dezembro

- Num Conselho Nacional em Setúbal, Rui Rio defende que "o tempo é o melhor aliado" da sua estratégia, admitindo que esta pode sofrer várias derrotas - "podemos perder à primeira, podemos perder à segunda, à terceira, à quarta, à quinta" -, até os portugueses perceberem a diferença da sua atitude política.

10 de dezembro

- Rui Rio critica a criação de um salário mínimo diferente para o público e para o privado, defendendo que não deve haver discriminações.

 11 de dezembro

- Horas depois de Fernando Negrão ter feito da greve dos enfermeiros o principal tema de ataque ao Governo no debate quinzenal, Rui Rio pede a estes profissionais de saúde que "metam a mão na consciência" face ao impacto da paralisação nos blocos operatórios.

 13 de dezembro

- O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, anuncia que a bancada irá rever, em janeiro, o seu regulamento interno para aumentar o "rigor e exigência" com a função de deputado, e deverá incluir sanções, depois de vários casos de 'presenças-fantasmas' no grupo parlamentar.

- O presidente do PSD defende que a sociedade deve ter "uma presença muito maior na justiça", considerando que uma igualdade ou maioria de não juízes no Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) tornaria o sistema "menos opaco", depois de o sindicato destes magistrados ter anunciado uma greve contra eventuais mudanças naquele órgão.

 18 de dezembro

- Na sua conta oficial do Twitter, inaugurada no início de dezembro, o presidente do PSD acusa a procuradora-geral da República, Lucília Gago, de fazer uma pressão inaceitável sobre a Assembleia da República para impedir alterações na composição do CSMP, ao sugerir que uma mudança poderia levar à sua demissão.

 19 de dezembro

- No jantar de Natal do grupo parlamentar do PSD, Rio acusa o Governo de "enganar os portugueses" e de "vender gato por lebre", defendendo que é essa atitude que tem gerado "um surto brutal de greves".

Na mesma ocasião, anuncia que o partido vai apresentar um projeto próprio de Lei de Bases da Saúde, que será uma atualização do diploma atual, feito por um Governo PSD de Cavaco Silva.

 22 de dezembro

- Numa mensagem de Boas Festas, em vídeo, Rui Rio considera que 2018 fica marcado pelo falhanço do Estado em garantir a segurança dos portugueses e nas áreas sociais e diz-se disponível para dar contributos para uma "vida melhor" em 2019.

26 de dezembro

- Rio aplaude o veto presidencial ao diploma do Governo que contava parcialmente o tempo de serviços dos professores, considerando que o Governo tem obrigação de encontrar uma solução que reconheça a contagem integral do tempo de serviço dos professores, respeitando a sustentabilidade das finanças públicas.

8 de janeiro

- Jornal Público noticia que vários dirigentes distritais têm em curso um movimento de recolha de assinaturas para a realização de uma reunião extraordinária deste órgão, com vista à apresentação de uma moção de censura à direção de Rui Rio.

Em declarações à Lusa, o presidente do PSD diz ser contra a abolição de propinas no ensino superior por tal violar o princípio do utilizador-pagador e eliminar receitas das universidades, defendendo que a ação social se faz através de bolsas de estudo, depois de o ministro da Ciência e do Ensino Superior ter defendido o seu fim a prazo, posição apoiada pelo Presidente da República. 

2019

9 de janeiro

- Ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite afirma na TSF preferir que o PSD tenha um "pior resultado" eleitoral do que ficar com um "rótulo de direita", a propósito de uma Convenção do Movimento Europa e Liberdade, onde participavam vários críticos sociais-democratas.

Horas depois, também na TSF, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro considera estas declarações "gravíssimas e descabidas", assegura que não aceita "um PSD pequenino" e deixa a promessa: "Muito em breve falarei sobre o estado do PSD, falarei mesmo sobre o futuro do PSD porque entendo que este estado de coisas tem de acabar e isto tem de mudar: o PSD assim não se vai conseguir afirmar".

Ao final do dia, em declarações aos jornalistas a propósito da Comissão Política do partido, Rui Rio rejeita responder diretamente aos críticos - recusa apenas que o PSD seja "um partido pequeno" -, manifesta a convicção de que a estratégia não tem de mudar e anuncia o arranque da preparação das eleições europeias e uma Convenção Nacional do Conselho Estratégico para 16 de fevereiro.

 10 de janeiro

- Fonte próxima de Luís Montenegro comunica que o antigo líder parlamentar anunciará na sexta-feira a sua disponibilidade para disputar a presidência do partido, em conferência de imprensa no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pelas 16:00.

- Miguel Morgado, antigo assessor político do anterior líder Pedro Passos Coelho, afirma que, se forem convocadas eleições diretas no PSD, irá ponderar "muito a sério a possibilidade de ser candidato".

11 de janeiro

- Ainda antes da declaração de Montenegro, a vice-presidente do PSD Isabel Meirelles acusa-o de tentativa de "golpe de Estado" que prejudica o partido e o país, e assegura que a direção tenciona fazer cumprir "à risca" os estatutos do partido.

- Luís Montenegro confirma estar disponível para ser candidato à liderança do PSD, faz um diagnóstico arrasador do ano de mandato de Rui Rio e desafia o presidente a marcar diretas de imediato: "Se tem mesmo Portugal à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar estas eleições internas, não tenha medo do confronto, não se justifique atrás de questões formais, o tempo é de confronto político".

- Horas mais tarde, após uma audiência com o Presidente da República sobre outras matérias, Rui Rio promete responder a Montenegro "com calma e na devida altura": "Eu vou responder, naturalmente, não vou fazer de conta que nada está a acontecer, seria uma grande hipocrisia. Agora eu fui corredor de cem metros, mas quando tinha 20 anos de idade, agora é mais meio fundo e fundo, portanto, com calma e na devida altura".

A Presidência da República informa que Marcelo Rebelo de Sousa receberá Luís Montenegro na segunda-feira, no Palácio de Belém.

12 de janeiro

Um dia depois da declaração de Luís Montenegro, Rui Rio responde e a resposta "é não". Não à eleições diretas. O presidente do PSD faz duras críticas ao antigo líder da bancada parlamentar laranja, denunciando o “espectáculo deplorável de guerrilha interna e afronta permanente" a si.

Rio dá um passo em frente e pediu a convocação de um Conselho Nacional extraordinário para que o órgão aprecie e vote uma moção de confiança à sua direção.

"Se for esse o seu entendimento, o Conselho [Nacional] pode retirar a confiança à direção nacional e assumir democraticamente a responsabilidade de a demitir. Se os contestatários não conseguiram reunir as assinaturas para a apresentação de uma moção de censura, eu próprio facilito-lhes a vida e apresento [...] uma moção de confiança", referiu o presidente do PSD.

 Paulo Rangel elogiou "coragem" e "bom senso" de Rui Rio

E agora? 

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