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Novo aeroporto. Entre "deixar de perder tempo" e "ser ano de eleições"

No Montijo vai nascer uma parte complementar ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Mas acordo para dar início à obra chegou ainda antes do estudo de impacto ambiental.

Novo aeroporto. Entre "deixar de perder tempo" e "ser ano de eleições"
Notícias ao Minuto

23:56 - 08/01/19 por Pedro Filipe Pina

Política Montijo

O plano já foi assinado. Esta terça-feira, o Executivo e a ANA Aeroportos de Portugal assinaram o acordo para o financiamento do novo aeroporto do Montijo e as alterações na atual infraestrutura do aeroporto Humberto Delgado, na Portela.

A obra deverá estar concluída em 2022, com a ANA Aeroportos  a suportar os custos.

A cerimónia contou com o primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, o responsável máximo da Vinci, Xavier Huillard, e o presidente da Vinci Aeroportos, Nicolas Notebaert. Mas há uma questão ainda em falta que é muito concreta: o estudo de impacto ambiental.

O tema marcou o debate no espaço de comentário que Carlos César e Santana Lopes partilham na antena da SIC Notícias.

Carlos César acompanhou a defesa do projeto feita por António Costa: "estamos em presença de um projeto que teve a sua intenção inicial ainda antes do 25 de Abril, há quase 50 anos".

"Em 2016 foi encontrada uma solução razoavelmente consensual, reunindo a opinião dos dois principais partidos para a localização no Montijo, como aeroporto complementar de Lisboa. Estão agora reunidas as condições e sobretudo as circunstâncias de emergência para avançarmos já", salientou o socialista.

“Este acordo", realçou ainda, "permite não só que se vá avançando e trabalhando nos projetos técnicos e em todo o planeamento, mas sobretudo que de modo imediato se deem início às obras no aeroporto Humberto Delgado".

E o estudo de impacte ambiental?

Sobre a questão do estudo de impacte ambiental, Carlos César defende que é possível avançar já com "o investimento que é necessário fazer no aeroporto Humberto Delgado", mantendo “a perspetiva de ser possível, em função do estudo de impacte ambiental, de serem introduzidas todas as medidas destinadas a minorar os aspetos que eventualmente sejam detetados como negativos do ponto de vista ambiental".

O presidente do PS diz ainda que "estamos em condições de fazer o que é necessário fazer: avançar com este processo e deixar de perder tempo".

Já Santana Lopes, questionado sobre se o acordo assinado não poderá colocar pressão sobre os autores do estudo, o antigo militante do PSD diz que, "com toda a franqueza", pensa que "sim".

"A questão é esta: ouviu-se durante uma série de tempo as autoridades, incluindo o governo, dizerem: 'estamos à espera do estudo de impacto ambiental'. E por isso não se ia assinando o acordo, destacou.

"Agora, este ano, que é ano de eleições, decidiu-se assinar o [acordo do] aeroporto, haja o que houver", apontou.

Santana Lopes explicou de seguida que não quer dizer que "as pessoas ponham um ato que tem de ser consciente, a localização do aeroporto, sacrificado aos votos. Seria um horror sequer admitir isso". "Acredito que as pessoas estejam convencidas de que é uma boa decisão. Só que o fim de um mandato faz apressar decisões do Governo".

Na sua perspetiva, o ideal seria esperar pelo estudo de impacte ambiental. "E sei do que falo. Tive um túnel embargado dois anos em Lisboa", salientou, em referência às obras no túnel do Marquês, por um estudo "que na altura não era necessário".

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