David Justino 'ataca' Marques Mendes por ter comparado Rio a Sócrates
O comentário de Luís Marques Mendes do último domingo, na antena da SIC, não foi bem recebido no seio do Partido Social-Democrata, o que levou um dos vice-presidentes do partido a pronunciar-se sobre o tema.
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Política Polémica
No seu habitual comentário de domingo à noite, Luís Marques Mendes debruçou-se sobre a polémica intenção do PS e do PSD em alterar a constituição do Conselho Superior do Ministério Público, diminuindo o número de magistrados e aumentando o número de elementos externos ao Ministério Público.
Marques Mendes disse que esta intenção “lança uma suspeita de que se quer controlar a justiça, em particular as investigações do Ministério Público” e, nesta senda, recordou que também José Sócrates o quis fazer, o que levou o comentador a comparar o antigo primeiro-ministro ao atual líder do PSD.
“Acabou Sócrates, agora temos Rui Rio que não disfarça: tem preocupação em controlar a justiça e a comunicação social. Eles são diferentes, quer no carácter, quer nas intenções, mas nas propostas de controlo são irmãos siameses”, apontou.
Estas declarações levaram David Justino a reagir em nome do Partido Social-Democrata. Também na antena da SIC, o vice-presidente do PSD disse que este comentário é “intolerável” e que Luís Marques Mendes devia “ter isenção”.
Nunca no PSD, desde que estou na direção, se fizeram comentários ou críticas a comentadores. O problema é quando essa opinião é fundamentada em fatos falsos e quando fazem acusações graves à idoneidade e à integridade pessoal do presidente do partido (…) vindo de um antigo presidente do partido. Há aqui um dever e uma falta de ética no que diz respeito ao relacionamento entre pessoas que são do mesmo partido
Na semana passada, recorde-se, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público anunciou uma greve para fevereiro, em protesto contra a eventual alteração da composição do Conselho Superior do MP.
“Não aceitamos que o poder político possa escolher toda a estrutura hierárquica do Ministério Público, não aceitamos que o poder político possa escolher o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal e os procuradores que exercem funções na área do crime económico-financeiro”, afirmou António Ventinhas, presidente do Sindicato.
Nesta senda, também a Procuradora-Geral da República se manifestou, ameaçando deixar o cargo caso esta alteração venha mesmo a ser feita, frisando que esta representa uma "radical alteração dos pressupostos que determinaram" a aceitação que fez do cargo de procuradora-geral da República.
Quanto a esta posição de Lucília Gago, David Justino considerou-a uma "pressão quase que inqualificável sobre um órgão de soberania que é a Assembleia da República".
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