Verdes atacam obsessão do Governo com défice orçamental (e não só)
A deputada dos Verdes Heloísa Apolónia criticou hoje o Governo por ter "uma obsessão" com a redução do défice orçamental e de intransigência nas negociações, nomeadamente com os professores.
© Lusa
Política Debate quinzenal
No debate quinzenal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República, em Lisboa, Heloísa Apolónia confrontou António Costa com a falta de investimento público e deu como exemplo a falta de barcos na travessia Lisboa-Seixal, no rio Tejo.
"Em matéria de défice, o Governo é mais papista do que o papa", afirmou, culpando também a influência do ministro das Finanças, Mário Centeno, que nesse momento regressava à bancada do executivo.
"Os passageiros vão continuar a atirar-se para dentro dos barcos sobrelotados como hoje", questionou a deputada dos Verdes, referindo-se às notícias dos problemas com passageiros, de manhã, no terminal do Seixal, devido à falta de navios.
E quanto aos professores, Heloísa Apolónia desafiou Costa a dizer que "não é justa" a reivindicação dos professores de contagem do "tempo total" de congelamento para a progressão nas carreiras, como defendem os sindicatos.
O primeiro-ministro, de facto, não o disse, mas alegou, uma vez mais: "Não conseguimos fazer tudo para todos ao mesmo tempo."
Em vez de "uma obsessão", admitiu ter "uma determinação" em cumprir as metas do défice, apesar de o executivo, com o apoio das bancadas do PCP, BE e PEV, ter conseguido repor direitos e rendimentos.
Não pode, afirmou ainda, permitir um desvio nas contas.
"Há um limite e não podemos ir além do limite, sob pena de que PSD e CDS se fiquem a rir de nós", disse Costa, provocando alguns risos nas bancadas à direita.
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