Sem data preferida para legislativas, PCP pede separação das regionais
O PCP escusou-se hoje a adiantar uma data preferida para a realização das legislativas, defendendo que, no período entre 22 de setembro e 13 de outubro, se devem realizar quer estas eleições quer as regionais da Madeira.
© Presidência da República
Política Eleições
No final de uma audiência de cerca de uma hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, transmitiu aos jornalistas que o partido "trocou opiniões" com Marcelo Rebelo de Sousa sobre o calendário eleitoral do próximo outono.
"Cabe ao Presidente da República marcar essas eleições. Não nos pronunciamos sobre datas concretas, embora deva haver o objetivo de não aproximar muito eleições que são totalmente diferentes, com objetivos diferentes, e também não serem antecipadas em excesso", defendeu Jerónimo de Sousa.
Perante a insistência dos jornalistas, o secretário-geral do PCP admitiu que o calendário "não pode fugir muito entre finais de setembro e meados de outubro".
"Entre 22 de setembro e 13 de outubro poderiam ser consideradas as duas eleições. Mas, o senhor Presidente decidirá", afirmou Jerónimo de Sousa, que esteve em Belém acompanhado pelos dirigentes comunistas Jorge Cordeiro, António Filipe e Fernanda Mateus.
Na reunião foram também abordados outros temas da situação política nacional e internacional, tendo Jerónimo de Sousa reiterado que o PCP recorrerá à apreciação parlamentar, caso o Governo aprove um "decreto redutor" sobre a contagem do tempo de serviço dos professores e o Presidente da República o promulgue.
Questionado se 2019 poderá ser um ano com mais greves, o secretário-geral do PCP salientou que tal depende da resposta que o Governo e as empresas derem aos trabalhadores dos vários setores.
"Naturalmente aos trabalhadores cabe defender os seus direitos, usando esse recurso superior que é a greve, e o direito de a fazer", defendeu.
No final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Jerónimo de Sousa transmitiu que o Presidente "fez uma avaliação, uma análise quanto à situação do país".
"Nós colocámos perante problemas que estão em curso das razões justas de muitos desses conflitos, é preciso atender às causas, à falta de respostas de fundo", afirmou.
Em relação aos professores, Jerónimo de Sousa salientou que, nessa matéria, o PCP "respondeu ao Presidente da República" com a ideia de que a Assembleia da República manteve no Orçamento do Estado "o normativo de reconhecimento" de que todo o tempo de serviço devia ser contado.
"Vamos ver se o Governo aprova ou não o tal decreto com visão redutora, se isso acontecer naturalmente chamaremos para apreciação parlamentar, não para revogar o decreto, mas para alargar os seus horizontes e os seus objetivos", assegurou.
Questionado se o PCP ficou com alguma ideia sobre qual poderá ser a decisão do chefe de Estado sobre a promulgação ou veto desse eventual decreto, o líder comunista respondeu negativamente.
"Não, não fiquei com nenhuma ideia. Mesmo que me apercebesse, não costumo comentar declarações do senhor Presidente", referiu.
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe os sete partidos com assento parlamentar no Palácio de Belém entre hoje e quinta-feira, "no quadro dos contactos regulares com os partidos políticos com representação parlamentar".
Marcelo Rebelo de Sousa fixou reuniões por ordem crescente de representação na Assembleia da República, tendo recebido PAN, PEV e PCP entre as 14:00 e as 16:00 de hoje, e depois BE, CDS-PP, PS e PSD entre as 14:00 e as 17:00 de quinta-feira.
O PAN defendeu a realização das eleições legislativas em 06 de outubro, enquanto o PEV apontou as datas de 06 e 13 como as mais indicadas.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com