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"Desejos, sinais e touradas no Orçamento", a ótica de Louçã

Francisco Louçã recorreu às redes sociais para tecer uma análise aos pontos que considera essenciais na proposta do Orçamento do Estado que foi aprovada.

"Desejos, sinais e touradas no Orçamento", a ótica de Louçã
Notícias ao Minuto

13:52 - 05/12/18 por Filipa Matias Pereira

Política Francisco Louçã

Tenho um irmão com paralisia cerebral, perto de 100% de incapacidade. Ele recebe uma pensão de invalidez de 270 euros por mês, sendo que mais de metade deste valor é para medicação e cuidados de higiene. A minha mãe é tutora do meu irmão e recebe um suplemento de 170 euros por mês”. Esta frase, proferida pela estudante Carla Gomes, será para Francisco Louçã “talvez a frase mais justamente famosa do debate orçamental” que foi proferida fora do Parlamento.

Recorda o bloquista numa publicação na sua página oficial de Facebook que “o primeiro-ministro passou logo a palavra ao ministro dos assuntos sociais, que explicou que há uma nova prestação e que abrange umas dezenas de milhares de pessoas”. Há, como constata, “esforço, tem melhorado o apoio a pessoas com deficiência, começa-se a discutir um estatuto para os cuidadores informais, mas é ainda tão pouco”.

Para lá disso, perante a evidência, “Costa e Vieira da Silva evidenciaram o modo de comunicação do governo nestes tempos que correm: respondem com um cansaço do fim do mundo, ou com a prosa administrativa das rotinas bem aprendidas”.

Porém, no entendimento do antigo líder partidário, “noutras questões que são a vida das pessoas”, este orçamento “é um sucesso”. E Louçã exemplifica: Aumenta as pensões mais pobres, reduz as propinas, garante livros escolares gratuitos, revoluciona os passes sociais, baixa ligeiramente a conta da luz, desenvolve o imposto Mortágua, melhora o combate à evasão fiscal. Já para os professores, “há um sinal, mas só um sinal” para os professores, já que se tratam, como defende, de “medidas que foram discutidas na praça pública como raramente, se é que alguma vez acontece com um orçamento”.

Para Louçã, “percebe-se nestes processos que é exclusivamente por não haver uma maioria absoluta que o orçamento pode ser melhorado. Ao mesmo tempo, este debate aberto é uma vantagem para o Governo e para os seus parceiros, pois a Direita fica desarmada com as contas e com a disputa sobre como melhorar o orçamento. Não fui decerto só eu a notar que a direita se colocou noutro planeta, onde não interessa, e esse é o pior dos seus erros”.

E ainda houve a questão do “folclore, como a questão das touradas”. Como defende Louçã, “saber se o IVA dos bilhetes das touradas se devia manter, como propunha o Governo, ou reduzir de 13 para 6%, como clamava a civilização taurina, tornou-se um tema de cisão na bancada no PS e de mobilização das direitas e do PCP, que pelo menos preferiu votar calado”.

Para terminar, Louçã defende que não sabe se este “debate parlamentar será por isso lembrado pelos ‘olés’ da bancada do PSD, quem canta seus males espanta, ou se pela pergunta de Carla Gomes. Mas tenho a certeza acerca de qual diz mais à vida das pessoas”.

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