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"Erra quem pensar que a legislatura terminou e que começa a campanha"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, avisou hoje que "erra quem pensar que a legislatura terminou" e que "começa a campanha eleitoral" com a aprovação do último Orçamento do Estado, documento que ficou "aquém do necessário" em demasiados pontos.

"Erra quem pensar que a legislatura terminou e que começa a campanha"
Notícias ao Minuto

12:50 - 29/11/18 por Lusa

Política Catarina Martins

"2019 é ano de eleições e os vários partidos apresentarão as suas propostas. É natural que Bloco e PS confrontem abertamente os seus programas e ninguém deve queixar-se da clareza no debate democrático, mas erra quem pensar que a legislatura terminou e que hoje começa a campanha eleitoral", disse Catarina Martins no encerramento do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).

Apesar de considerar que o OE2019 "deu passos relevantes", a líder bloquista reconheceu que, "em demasiados pontos, ficou aquém do que seria necessário e possível".

"Com a aprovação deste orçamento, ficaremos com uma certeza. O diabo não apareceu. A economia e o emprego cresceram. O tal novo resgate, pelo qual a direita tanto clamou, ninguém o vê. Os mitos da austeridade caem e, com eles, os partidos da direita, que, à falta de alternativa credível, converteram-se no Partido dos casos e outras touradas", sublinhou.

Catarina Martins insistiu que "esta legislatura não acaba com a votação final deste orçamento" e deixou um aviso ao primeiro-ministro: "não pense que se vê livre de nós".

"Temos compromissos - entre nós e com a população - para matérias estruturais que serão o centro do debate no parlamento em 2019", lembrou.

As diferenças entre BE e PS, segundo a líder bloquista, "não se esbateram", criticando o acantonamento da direita "no triste legado do seu Governo", que fez com que tenha sido entre bloquistas e socialistas "que muitos dilemas políticos foram ficando mais claros".

"Mas saúdo-o, senhor primeiro-ministro, por termos cumprido aquilo a que nos comprometemos conjuntamente. Saúdo-o a si e a todo o Governo, ao PS, ao PCP, aos Verdes por estes três anos de trabalho que fizemos em conjunto. No Bloco valorizamos este caminho. Não estivemos sempre de acordo, mas cumprimos o acordo que fizemos", elogiou.

Catarina Martins aproveitou o discurso para voltar ao tema do Tratado Orçamental, registando "que, em Bruxelas, o PS parece já ter desistido das impossíveis leituras inteligentes" e propõe deixá-lo "fora da lei europeia".

"Mas aqui, em Lisboa, o governo insiste no défice zero em vez de tratar do investimento público que urge, tudo isto em nome da tese de que a dívida portuguesa não precisa de renegociação. Nos próximos meses, teremos a oportunidade de fazer este debate a fundo e o Bloco está pronto para ele", antecipou uma vez "de pouco vale desgraduar o Tratado Orçamental em Bruxelas, se for para o cumprir em Portugal".

A questão das carreiras dos professores, que marcou o debate do OE2019, não ficou de fora, recordando a líder do BE que, com as alterações aprovadas na especialidade, "o Governo continua obrigado a descongelar as carreiras com respeito por todo o tempo de serviço".

As matérias que para o BE são "estruturais" no tempo que falta da legislatura voltaram a ser elencadas por Catarina Martins.

Lei da Bases da Saúde, legislação laboral, Plano Ferroviário Nacional, Entidade da Transparência, estatuto do cuidador informal e uma resposta para a habitação são temas que vão marcar a agenda bloquista para 2019.

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