"Foi uma reunião proposta pelo Governo que recebemos até com alguma surpresa porque o objetivo era discutir uma proposta de compromisso para a Justiça que foi feita pelo PSD, tratando-se de uma proposta que tinha os partidos políticos como destinatários", afirmou o vice-presidente da bancada do PCP, à saída do Ministério da Justiça.
Contudo, António Filipe ressalvou que os comunistas estão "muito recetivos" às propostas feitas pelos operadores judiciários, na sequência de um apelo do Presidente da República, a fim de as acolher no parlamento.
"O que deixámos claro à ministra foi que entendemos que não é essa a forma que deve assumir qualquer medida política na área da Justiça. Há uma sede própria para discussão das matérias, que é a Assembleia da República, em que o Governo ou os partidos podem apresentar as suas propostas e os operadores judiciários devem ser ouvidos", disse.
Para António Filipe, "qualquer ideia de celebrar compromissos com o PSD em matéria de Justiça não só não terá" o "apoio" do PCP, "como terá" a sua "firme oposição".
"Esta ideia de fazer um pacto interpartidário para depois consumar decisões não é o caminho, portanto, rejeitámos perentoriamente essa perspetiva", declarou o deputado comunista.