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"Seria uma falta de vergonha da minha parte se abandonasse o cargo"

Presidente da Câmara Municipal de Borba não se demite e aguarda pelas conclusões da investigação. Depois, se tiver de assumir responsabilidades, assegura, "cá estará".

"Seria uma falta de vergonha da minha parte se abandonasse o cargo"
Notícias ao Minuto

17:49 - 27/11/18 por Melissa Lopes

Política Borba

Em declarações aos jornalistas, o autarca de Borba, António Anselmo, garantiu esta terça-feira que não se demite do cargo, considerando, aliás, que seria “uma falta de vergonha” fazê-lo nesta altura. 

Recusando falar sobre as operações de busca e resgate, António Anselmo disse ter recebido muitas mensagens de apoio de instituições, pessoas e amigos.

No entanto, o que o preocupa são as vozes críticas, como a do comentador Luís Marques Mendes que, no domingo passado, afirmou que o autarca devia demitir-se. 

“É uma pessoa que considero e que sabe muito (...) Naturalmente, a opinião é dele”, comentou, garantindo: “Enquanto estiver aqui, assumo claramente aquilo que estou a fazer, e portanto, a demissão é próprio dos fracos e estou cá para lutar, sempre, pela minha terra”.

O autarca, que desde o dia 19 tem estado debaixo de fogo, entende que a demissão seria o mais “fácil”, mas “para quê?”, questionou, colocando o enfoque na tragédia que se abateu sobre a sua terra e sobre as famílias atingidas. “Seria uma falta de vergonha da minha parte se abandonasse o cargo”, vincou.

António Anselmo reiterou ainda que não sabia que aquela antiga Estrada Nacional 255 estava em risco de ruir. Não tinha nenhum documento que o dissesse “claramente” e também não tinha essa noção, até porque ainda 15 dias antes da tragédia, lá esteve, no exato local que ruiu. "Nunca acreditei que aquilo viesse a cair, naturalmente", reforçou. E aproveitou para lamentar que o alerta da antiga Direção Regional de Economia do Alentejo, em 2014, tenha sido encaminhado para Lisboa.

Portanto, frisou o autarca, “não vamos agora tentar arranjar culpados” e atingir o presidente da Câmara, “que é o mais fraco”. “Acredito que a justiça está a investigar como deve investigar. E depois cá estaremos se tivermos de assumir a responsabilidade”, realçou António Anselmo, reforçando: "Falaremos depois com toda a tranquilidade e paz de espírito"

As operações de busca e resgate nas pedreiras, em Borba, continuam, numa altura em que as equipas no local ainda procuram localizar as duas viaturas e as três pessoas que permanecem desaparecidas. Até ao momento, foram recuperados os corpos dos dois trabalhadores que se encontravam a trabalhar na pedreira quando a Estrada Nacional 255 ruiu.

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