Depois do debate na generalidade, arranca hoje o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2019 e, em discussão vai estar a recuperação ou não do tempo de serviço dos professores que esteve congelado, mais precisamente nove anos, quatro meses e dois dias.
Por essa razão, o fundador do Clube dos Pensadores considera que hoje ou é o “dia D” ou é o “dia N” - "dia decisivo ou dia do não".
Num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto, Joaquim Jorge refere que “toda a gente sabe que não há dinheiro no imediato” para se proceder à devolução total dos rendimentos perdidos dos professores. No entanto, ressalva, “deve haver vontade de se resolver um problema que se eterniza”.
Ainda sobre os professores, o biólogo de formação defende que, no que toca a recuperação de tempo de serviço congelado, a prioridade deve ser dada aos professores e a explicação é simples: foram os “primeiros a encetar a luta”.
“Compreendo que outras classes profissionais também tenham as suas reivindicações e direitos, mas justiça seja feita, quem encetou primeiro a luta pela recuperação de todo o tempo de serviço foram os professores”, lembra o comentador que sublinha que só depois de resolvido o “dossier dos professores” se deve resolver os “dossiers das outras classes profissionais” até porque, atira, “todos os outros vieram a reboque dos professores” e, só então, começaram a “reivindicar”.
E isto, sublinha, mostra bem a “força dos professores e o seu impacto na opinião pública”. “E vamos ver [o impacto] nas próximas eleições”, avisa.
Na mesma exposição por escrito, Joaquim Jorge critica a relação entre os docentes e o ministro da Educação que, na sua opinião, “foi piorando muitíssimo” ao ponto de considerar que atualmente “já não existe”.
“O ministro leva muito tempo que não consegue levantar a cabeça e resolver este intrincado problema”, refere, lamentando o facto de ter havido “muito teatro nas negociações”.
“Procurou-se vencer a contenda por cansaço e desistência”, rematou.