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Eurodeputados portugueses dizem haver uma crise de valores na Europa

Eurodeputados portugueses do PSD e do PCP concordaram hoje, durante um seminário em Lisboa, que existe neste momento na União Europeia (UE) uma crise de valores que atingem diretamente a questão dos migrantes e refugiados.

Eurodeputados portugueses dizem haver uma crise de valores na Europa
Notícias ao Minuto

15:25 - 09/11/18 por Lusa

Política Migrações

"Penso que seja mentira que estamos a viver uma crise de refugiados na Europa. Estamos, sim, perante uma crise de valores", declarou Carlos Coelho, eurodeputado pelo Partido Social Democrata (PSD).

Carlos Coelho fez estas declarações durante o seminário Europa 3D: Dignidade, Democracia e Direitos, promovido pelo Instituto Marquês de Valle Flôr e realizado hoje em Lisboa.

O eurodeputado social-democrata referiu que entre as 65 milhões de pessoas que atualmente foram obrigadas a deixar os seus países, "apenas uma pequena franja" deste total dirige-se para a Europa.

"A dimensão do problema é limitada" dentro do quadro geral das migrações, disse Coelho, referindo a UE tem a capacidade para receber estes migrantes e que esta questão poderia ser gerida se "houvesse solidariedade entre os Estados-membros" e se estes desempenhassem o seu papel.

O eurodeputado João Ferreira, do Partido Comunista Português (PCP), declarou que, na sua visão, existe "uma crise de valores na e da União Europeia".

Carlos Coelho, também disse que a resposta da UE à questão das migrações tem sido "incompleta, errada e ineficaz".

Segundo o eurodeputado do PSD, é preciso exigir do bloco europeu respostas mais eficazes nesta matéria.

Para Carlos Coelho é preciso criar um sistema comum europeu de asilo, uma nova agência de asilo, com recursos financeiros e materiais de outra ordem, e um sistema de reinstalação dos migrantes "eficaz, inteligente e humano", devendo ser obrigatório e vinculativo para os Estados-membros da UE.

Segundo o parlamentar do PSD, é preciso ainda investir nos valores europeus, como a solidariedade, reforçar a comunicação da realidade sobre esta questão, apresentar bons exemplos de integração de migrantes para combater os discursos utilizados por determinados partidos e políticos e, ainda, exercer pressão sobre os poderes europeus.

João Ferreira sublinhou ainda que a resposta da União Europeia está "plasmada" às decisões do último Conselho Europeu, realizado em junho, no qual as migrações foram tratadas como uma questão de "segurança interna da UE", lembrando que foi debatido a renovação e o reforço da força policial para a vigilância das fronteiras (Frontex), revelando ainda uma criminalização das migrações.

Isto é, para João Ferreira, "um levantar de muros" e "uma visão seletiva das migrações", que é "interesseira", já que só é permitida a entrada de migrantes de acordo com as necessidades europeias.

O eurodeputado do PCP também declarou que a nova parceria europeia com África é uma "subversão do próprio da política de cooperação para o desenvolvimento" e que, na verdade, pretendem selar acordos de comércio e abrir o mercado para as multinacionais europeias, que irão agravar as desigualdades entre os países.

"Deveria haver um reconhecimento pleno de asilo", segundo Ferreira, sublinhando ainda que deveria ainda haver uma "política de cooperação para o desenvolvimento genuína" e não o que a Europa pretende em África, com um "recorte neocolonialista".

Para Romualda Fernandes, vogal do Alto Comissariado para as Migrações (ACM), "Portugal é um oásis dentro do que se vive em alguns países da Europa" e que seria um bom exemplo para os demais países.

De acordo com a responsável do ACM, Portugal tem uma política de imigração que vai de encontro ao acolhimento e integração dos migrantes, que são "muito importantes para o desenvolvimento de Portugal".

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