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Pinto Luz quer PSD a debater "problemas que interessam"

O ex-dirigente do PSD Miguel Pinto Luz defendeu hoje que o PSD deve centrar-se em problemas que interessam às pessoas, escusando-se a comentar o tema das falsas presenças do secretário-geral do partido no parlamento.

Pinto Luz quer PSD a debater "problemas que interessam"
Notícias ao Minuto

17:30 - 08/11/18 por Lusa

Política PSD

"Fico triste quando a discussão política nacional se centra em se picou o ponto ou se não picou o ponto, ao invés de falarmos de que construção de Europa queremos, por exemplo", defendeu o antigo líder da distrital de Lisboa do PSD, em declarações aos jornalistas no final de um almoço no International Club, onde fez uma intervenção sobre "Portugal e a Europa: como construir uma alternativa".

Questionado se o PSD já está a construir essa alternativa à governação socialista, o vice-presidente da Câmara de Cascais defendeu "uma forma diferente de os partidos moderados se apresentarem perante o eleitorado".

"Os partidos ditos moderados têm de fazer de outra forma sob pena de perdermos o espaço do monopólio da realidade para movimentos populistas que inevitavelmente nascerão em Portugal", afirmou.

Para Pinto Luz, por exemplo, o PSD "não se pode pôr de fora do debate sobre o aumento do salário mínimo nacional", salientando que "não é um partido dos empresários, mas dos portugueses".

A mutualização "progressiva e responsável da dívida", a generalização do ensino pré-escolar público e gratuito" e a redução da carga fiscal para as empresas devem ser outros temas a fazer parte do discurso do PSD, de acordo com o autarca de Cascais.

Na plateia, foram vários os antigos dirigentes do PSD a ouvir a intervenção de Pinto Luz, casos do antigo líder parlamentar Luís Montenegro ou do ex-vice-presidente Marco António Costa.

"Vim ouvir uma intervenção bem interessante de um companheiro que muito prezo e que, creio, é um valor político atual do PSD", justificou Montenegro.

Questionado se poderão ser um dia adversários internos na disputa da liderança do PSD, o antigo presidente da bancada social-democrata confessou não saber responder.

"Não faço ideia, eu sei uma coisa: no PSD já estive em lados semelhantes e opostos com quase toda a gente. É tão possível estarmos em lados opostos como estarmos juntos, a probabilidade é a mesma", disse.

Na sua intervenção, Pinto Luz disse querer "desfazer o suspense da plateia" e assegurar que a sua intervenção nada tem a ver com uma eventual candidatura a qualquer cargo no PSD, visando apenas "provocar consciências".

O autarca defendeu uma maior representação de Portugal em Bruxelas -- que poderia passar pela colocação do secretário de Estado dos Assuntos Europeus nessa cidade, em vez de em Lisboa -, considerando que "não há construção de uma alternativa sem trazer a Europa para dentro da discussão política nacional".

Avisando que "os partidos não são eternos", Miguel Pinto Luz disse ter aprendido na sua política que "ninguém é dono de nenhum voto".

"O nosso quadro político não tem de ser cristalizado para todo o sempre, a criação de novos partidos tem acontecido na Europa e começa a acontecer em Portugal", alertou.

"O que eu quero, militante há mais de 20 anos num partido, é garantir que o meu partido não deriva para um movimento populista em resposta àquilo que está a acontecer no terreno", acrescentou.

O presidente da Câmara de Cascais e antigo vice-presidente do PSD, Carlos Carreiras, o vice-presidente da autarquia, Pedro Mota Soares (CDS-PP), os líderes das distritais de Lisboa, Coimbra, Setúbal e Santarém e vários deputados sociais-democratas marcaram também presença neste almoço-debate no International Club.

No dia 14 de dezembro, o convidado destes almoços será o secretário-geral do PSD, José Silvano, que tem estado envolvido em polémica desde que o semanário Expresso revelou no passado sábado falsas presenças suas assinaladas no registo da Assembleia da República.

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