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Miguel Albuquerque rejeita "conformismo" face a estratégias centralistas

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que as comemorações dos 600 anos da descoberta do Porto Santo e da Madeira não podem significar "conformismo" face a "exóticas estratégias centralistas" de Lisboa em pleno século XXI.

Miguel Albuquerque rejeita "conformismo" face a estratégias centralistas
Notícias ao Minuto

14:46 - 01/11/18 por Lusa

Política Madeira

Ao discursar na sessão solene, no Porto Santo, das comemorações presididas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Governo Regional considerou necessário, no atual momento político, combater, "com todas as forças" dos ilhéus, "a emergência de exóticas estratégias centralistas, para impor a partir de Lisboa, em pleno século XXI, novos jugos e tutelas coloniais sobre os povos das ilhas".

"Mas seria trágico se esta comemoração - homenagem à Memória dos que nos fizeram e do que somos - significasse qualquer conformismo em relação ao presente ou qualquer recuo quanto à vontade indómita de continuarmos a decidir em liberdade o nosso futuro coletivo", observou.

Para Miguel Albuquerque, "no atual momento histórico", os madeirenses e porto-santenses têm "a obrigação de continuar este percurso de coragem e de luta".

"Temos o dever de decidir o que se quer e assumi-lo sem contemplações", rejeitando "um quadro político nacional que vive um vazio de valores sem projeto, nem grandeza para o futuro do País".

Denunciando que os "acintes" contra o poder regional por parte da República "não são de hoje", o governante madeirense lembrou que "as recentes investidas contra a Região e a correspondente instrumentalização de alguns poderes do Estado para estrangular e subjugar a Autonomia tão durante conquistada".

"Expoente máximo desta violação e desrespeito pelo estatuto das Autonomias - continuou - é o que se passa com o embuste vergonhoso do financiamento do Novo Hospital da Madeira".

Miguel Albuquerque aproveitou a ocasião para "agradecer e saudar a presença "estimada" do Presidente da República, neste dia "tão especial" para a população do arquipélago da Madeira.

"A presença de V. Exª., honra-nos e é particularmente importante a homenagem que presta à gesta dos Portugueses que a partir desta Ilha consolidaram e expandiram o Mundo Português no Atlântico", declarou.

Para a presidente do executivo regional, "600 anos depois, em termos geopolíticos", o arquipélago continua a ser "tão importante" como o foi nessa altura.

"Saiba, Portugal, hoje, como souberam os nossos antepassados, potenciar a dimensão atlântica do País nas suas múltiplas dimensões" porque "tal como no passado, o futuro do País está na sua abertura ao Mundo a partir do Atlântico".

"Assim queiram, e haja coragem e visão para o fazer", referiu.

Miguel Albuquerque realçou também o papel da Igreja nos seis séculos de existência do Porto Santo e da Madeira, sublinhando ser "indiscutível que a evangelização cristã moldou muito" do que aquelas ilhas são e têm.

Dirigindo-se ao presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, aos vereadores, às presidentes da Assembleia Municipal e da Junta Freguesia, o presidente do Governo Regional saudou "calorosamente" o povo do Porto Santo e toda a sua diáspora, enaltecendo "os valores de perseverança, trabalho, solidariedade e espírito de entreajuda que sempre foram apanágio desta população".

O ano de 1418 é apontado como o ano da descoberta da Ilha do Porto Santo, circunstância ocorrida após uma tempestade em alto mar que desviou da rota uma embarcação que seguia pela costa africana, tendo, assim, João Gonçalves Zarco e a sua tripulação sido salvos por esta terra que a que deram o nome de Porto Santo.

Um ano mais tarde, em 1419, os navegadores avistaram um outro bocado de terra que chamaram Madeira por causa da sua imensa floresta.

Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo são os três navegadores que aqui chegaram e aqui ficaram, cada um com a sua capitania - Porto Santo a Bartolomeu Perestrelo, Machico a Tristão Vaz Teixeira e, Funchal a Gonçalves Zarco, isto, alguns anos mais tarde, em 1440, após se ter dado início ao ciclo do povoamento, em 1425, por ordem do D. João I.

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