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"Orçamentar e não executar pode dar sorrisos no Eurogrupo"

O BE advertiu hoje que "orçamentar e não executar pode dar direito a sorrisos no Eurogrupo", mas "prejudica as escolhas certas" da coesão social e solidez económica, considerando que o problema estrutural da dívida se mantém "como um garrote".

"Orçamentar e não executar pode dar sorrisos no Eurogrupo"
Notícias ao Minuto

21:05 - 29/10/18 por Lusa

Política José Manuel Pureza

Na intervenção do BE no primeiro dia do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), o deputado José Manuel Pureza considerou que, durante a atual solução governativa, se aprendeu que "a recuperação de rendimentos e a ampliação dos direitos não são um mero apêndice compensatório da sacralização do défice zero".

"Orçamentar e não executar pode dar direito a sorrisos no Eurogrupo", afirmou.

No entanto, "cada um dos 2.200 milhões de euros que foram orçamentados e não executados em 2018 foi um euro imprescindível" no Serviço Nacional de Saúde, nos estabelecimentos prisionais ou na ferrovia, exemplificou o bloquista.

"Para o Bloco de Esquerda, a execução orçamental tem de concretizar tudo o que de coesão e crescimento está consagrado neste documento e não pode ser uma técnica de congelamento dessas políticas. A escolha da vã glória do défice zero prejudica as escolhas certas da coesão social e da solidez da economia", disse.

O "problema estrutural da dívida mantém-se como garrote das escolhas certas de crescimento económico e socialmente sustentável", alertou José Manuel Pureza, acrescentando que "teimar em não o equacionar de frente é escolher o esvaziamento das políticas de crescimento e coesão" dos últimos três anos.

"Se o país está melhor é porque quem trabalha ou trabalhou tem mais rendimento no fim do mês, não é porque Mário Centeno ou António Costa exibem a Bruxelas menos défice no fim do ano", enfatizou.

O deputado do BE tinha começado o seu discurso com críticas ao PSD e ao CDS-PP, considerando que o OE2019 "devolve rendimentos e conquista direitos", o que "irrita solenemente a direita", que usa o argumento "falso" de que se está a "dar com uma mão e retirar com duas".

"O mantra da direita de que se vai buscar com taxas e taxinhas o que está a ser devolvido às pessoas é uma mentira. Mais uma", condenou.

O único pedido de esclarecimento que José Manuel Pureza teve veio precisamente da bancada do PSD que, pela voz de Carlos Silva, começou por dizer que pensava que o BE ia "pedir desculpa aos portugueses" pelo OE2019.

"É penoso constatarmos que o BE se encontra bloqueado perante os garrotes de Mário Centeno", acusou ainda.

Na opinião do deputado do PSD, os bloquistas "engoliram todas as linhas vermelhas".

"O BE foi comprado por um prato de lentilhas. O BE trocou as suas convicções do passado por migalhas de poder", disse ainda.

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