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"António Costa teve um comportamento desastroso no processo de Tancos"

Comentador da SIC critica postura do primeiro-ministro no caso de Tancos, acusando-o de não ter "grande capacidade de decisão nem grande sentido de Estado", Marques Mendes, contudo, elogia "habilidade política" de Costa e considera remodelação no Governo “um dos momentos mais positivos de António Costa nos últimos tempos”.

"António Costa teve um comportamento desastroso no processo de Tancos"
Notícias ao Minuto

22:05 - 14/10/18 por Pedro Bastos Reis

Política Marques Mendes

A última sexta-feira ficou marcada pela demissão do ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, uma saída que “não foi uma surpresa” para Luís Marques Mendes.

No seu comentário semanal no Jornal da Noite da SIC, o ex-líder do PSD considerou a saída de Azeredo Lopes “inevitável”, uma vez que o ainda ministro “tem estado na corda bamba desde que começou o assunto de Tancos”. “Nos últimos oito dias ficou sem condições, a partir do momento em que começou a recair sobre ele uma suspeita de estar envolvido naquela encenação [do assalto a Tancos]. E porque nos últimos dois dias, depois de saber que o seu chefe de gabinete ia depor sobre esta matéria, ficou entre a espada e a parede. Não tinha alternativa”, analisou o comentador.

A saída de Azeredo Lopes, contudo, deixou marcas no primeiro-ministro, que, para Marques Mendes “tem muita habilidade política, mas não tem grande capacidade de decisão nem grande sentido de Estado”. “O primeiro-ministro teve um comportamento relativamente desastroso neste processo todo de Tancos”.

O comentador recordou ainda a saída da ex-ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa e, juntando-a à saída de Azeredo, Marques Mendes sentencia que Costa, que “andou a reboque dos acontecimentos”, ou age “por imposição do Presidente da República ou por pressão da opinião pública”, o que “não é uma coisa brilhante para um primeiro-ministro”.

Como o caso de Tancos ainda não está resolvido, Marques Mendes considera que chefe do Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, “ainda fica em situação mais difícil” e que, por isso, “no mínimo devia aproveitar a nomeação do novo ministro para pôr o lugar à disposição”.

“Orçamento e Governo mais eleitoralistas”

Relativamente à remodelação nas pastas da Defesa, Saúde, Economia e Cultura, Marques Mendes define-a como “um dos momentos mais positivos de António Costa nos últimos tempos”.

O comentador sublinha que Costa “surpreendeu o país” ao criar “um facto político novo”: “Nos próximos dias não se vai discutir Tancos, e mesmo o Orçamento fica para segundo plano”. A remodelação, continua, é também positiva para Costa porque “retoca o Governo em áreas que estavam frágeis”, isto a um ano das eleições. “A partir de amanhã (segunda-feira) temos um Orçamento eleitoralista e um Governo mais eleitoralista também”.

Em suma, Marques Mendes considera que o primeiro-ministro “fica com um Governo mais coeso, político e partidário”, uma remodelação no Executivo que, contudo, “não é para fazer grandes reformas, é para ter maior simpatia popular”.

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