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Momento escolhido para remodelação visa "ofuscar" caso de Tancos

Este domingo fica marcado pelo anúncio de remodelação governamental.

Momento escolhido para remodelação visa "ofuscar" caso de Tancos
Notícias ao Minuto

14:47 - 14/10/18 por Lusa

Política Paulo Rangel

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defendeu hoje que o momento escolhido pelo primeiro-ministro para remodelar o Governo “visa ofuscar a questão de Estado extremamente grave que é Tancos”, sobre a qual considera que António Costa deve explicações.

“Não há nem furacão nem remodelação que retire a gravidade a Tancos. O primeiro-ministro tem de dar as suas explicações, não podemos ficar atordoados pela remodelação e distrair as atenções de uma crise que toca um pilar da soberania e um pilar fundamental do Estado”, afirmou Paulo Rangel, em declarações à Lusa, depois de ter colocado na rede social Twitter uma publicação sobre este tema.

O eurodeputado social-democrata, que há foi candidato à liderança do PSD, desvalorizou a remodelação hoje anunciada, não pela legitimidade do primeiro-ministro para a fazer, mas pelo momento escolhido, apenas dois dias depois da demissão do ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, que teve como base os desenvolvimentos do processo judicial sobre o material militar desaparecido do paiol de Tancos e depois reaparecido.

“A escolha da oportunidade da remodelação alargada tem uma finalidade óbvia: tentar ofuscar e tentar distrair as atenções de uma matéria em que agora é o primeiro-ministro quem tem de responder”, considerou.

Estranhando que as chefias militares mais diretamente envolvidas no caso – Chefe do Estado Maior do Exército e Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas – continuem em funções, Paulo Rangel defendeu que Azeredo Lopes “sai do Governo mais tarde do que o próprio gostaria, mas mais cedo do que o primeiro-ministro gostaria”.

“Se ele estivesse ali mais tempo, a responsabilidade não passaria para o primeiro-ministro”, defendeu.

O PSD prometeu para hoje ainda uma reação oficial sobre a remodelação governamental, mas, entretanto, outros sociais-democratas já comentaram o tema nas redes sociais.

O antigo secretário de Estado do Ambiente José Eduardo Martins referiu-se em concreto ao reforço de poderes do ministro adjunto Siza Vieira, que passa a ter também a pasta da Economia.

“Se o ministro Siza vai acumular é porque já há decisão do Ministério Público no Tribunal Constitucional? Ou estou a ver mal? Não é novo, o PS perder a vergonha toda e opacidade ganhar este esplendor, mas com o Dr. Costa isto anda por patamares novos”, escreveu José Eduardo Martins no Facebook.

Em 23 de maio, o Ministério Público pediu ao Tribunal Constitucional para analisar as declarações de incompatibilidades e de rendimentos do ministro Siza Vieira por este ter sido gerente, não remunerado, de uma empresa imobiliária familiar, quando já era ministro.

Já o antigo ‘vice’ da bancada social-democrata Sérgio Azevedo escreveu, também no Facebook: “Não tenham ilusões. A remodelação governamental das pastas da cultura e da saúde são resultado da negociação para o OE2019”.

Carlos Abreu Amorim, outro ex-vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, recorreu à ironia para comentar esta remodelação: “Pelos vistos, a Tempestade Leslie soprou bem mais forte do que parecia. Varreu alguns lugares de cima a baixo...”.

O primeiro-ministro, António Costa, reformulou hoje o elenco do atual executivo socialista, envolvendo quatro ministérios, com a substituição, na Defesa, de Azeredo Lopes por João Gomes Cravinho, e na Economia, de Manuel Caldeira Cabral por Pedro Siza Vieira.

O chefe do Governo propôs ainda as mudanças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, substituído por Marta Temido, e do ministro da Cultura, pasta em que Graça Fonseca sucede a Luís Filipe Castro Mendes - nomeações já aceites pelo Presidente da República.

Em termos de orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passa a ser ministro do Ambiente e da Transição Energética, com a inclusão da secretaria de Estado da Energia na sua esfera de competências, que até agora pertencia ao Ministério da Economia.

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