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PSD e CDS ficam na oposição "se não tiverem cabecinha"

O ex-líder social-democrata Luís Marques Mendes avisou na sexta-feira PSD e CDS que "se não tiverem cabecinha" vão continuar na oposição por mais cinco anos e serão derrotados nas eleições de 2019.

PSD e CDS ficam na oposição "se não tiverem cabecinha"
Notícias ao Minuto

06:02 - 13/10/18 por Lusa

Política Marques Mendes

"Se os dois partidos não tiverem cabecinha, passam mais cinco anos na oposição", afirmou o antigo presidente do PSD e atual conselheiro de Estado num jantar-debate, com o dirigente centrista e ex-eurodeputado Diogo Feio, integrado na escola de quadros da Juventude Popular (JP), a decorrer em Peniche, Leiria, até domingo.

Para Marques Mendes, os dois partidos estão "condenados" a entenderem-se e alertou que o país, governado pelo PS com o apoio do PCP e BE, "vive anestesiado".

"A oposição tem de fazer mais do que anda a fazer", aconselhou, embora não tenha dito o quê, em concreto.

O antigo presidente dos sociais-democratas afirmou que o PS, que "não tem um ADN reformista", "anda à boleia do crescimento mundial, que é jeitosinho, do crescimento europeu, que é jeitosinho".

O resultado pode não ser "o regresso à bancarrota" de 2011, mas o país "vai voltar atrás" e hoje "já está na cauda" da Europa em termos de crescimento, admitiu Marques Mendes.

"O país vive num clima de anestesia, parece que está tudo bem, mas não está", afirmou ainda.

Continuando a usar metáforas médicas, Mendes disse que “basta que haja uma pequena constipação na Europa” e Portugal apanhar “uma pneumonia cá dentro” porque não está a aproveitar para fazer reformas neste tempo de “vacas gordas”.

E até deteta “sinais de nervosismo nas bolsas” nos Estados Unidos, na Ásia por a Europa, incluindo Portugal, não estar a fazer essas reformas.

Marques Mendes, que disse estar “fora da política” e “sem planos para regressar”, lembrou que, em 2015, foi o primeiro a admitir que PSD e CDS poderia ganhar as eleições, mas poder formar-se um “Governo de sinal contrário”, do PS com a esquerda.

Olhando para o passado recente, e perante uma plateia de jovens militantes centristas em silêncio, também considerou que, “se PSD e CDS tivessem gerido o último ano [de governação] de forma diferente, teriam ganho a maioria absoluta”.

No início da sua intervenção, num palco azul, em que foi convidado a falar de Portugal na Europa, Luís Marques Mendes advertiu que Portugal “tem que ter uma estratégia de crescimento económico diferente” e “crescer acima da média europeia e, idealmente, acima de 3%”.

“Se não, não ganha o desafio europeu”, acrescentou, criticando depois de o Governo de fazer a “festa, deitar foguetes e apanhar as canas” com um crescimento de 2%, um dos mais baixos na União Europeia.

Como “pistas” para o futuro, defendeu “mais competitividade fiscal”, uma aposta na internacionalização da economia, aproveitando para elogiar o trabalho do ex-líder do CDS Paulo Portas no Governo, e controlar a “dívida pública”.

Essa dívida é uma “bomba ao retardador” e pode contagiar o país com uma pneumonia se a Europa tiver uma constipação, acrescentou.

Mendes voltou a usar a imagem da fábula para dizer que é necessária “uma politica que não seja só da cigarra, mas também da formiga” e que não se pode “só distribuir, é preciso criar riqueza”.

Diogo Feio, diretor da escola de quadros da JP e do CDS, que se apresentou como um centrista e um europeísta convicto, respondeu ao desafio de Mendes, dizendo que o CDS “não se deixa acantonar” e “tem de falar para todo o eleitorado”

E, sem se referir ao debate interno na disputa pela liderança no PSD, no início do ano, em que se discutiram muito eventuais entendimentos com os socialistas, Feio recordou a posição do seu partido de “não se aliará nunca ao PS”.

O CDS, sublinhou, quer ser “alternativa ao PS” e “nunca será seu parceiro”, disse ainda.

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