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Ministro Azeredo Lopes demite-se

O ministro da Defesa Azeredo Lopes demitiu-se do Governo esta sexta-feira. Fê-lo para proteger Forças Armadas do desgaste daquilo que considera ser um "ataque político". E mantém que não teve qualquer conhecimento "direto ou indireto" da operação de encobrimento na recuperação do material roubado em Tancos.

Ministro Azeredo Lopes demite-se
Notícias ao Minuto

17:17 - 12/10/18 por Melissa Lopes

Política Defesa

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se esta sexta-feira do Governo na sequência da polémica em torno do roubo das armas em Tancos.

O roubo das armas em Tancos, mais concretamente a forma como o material foi recuperado, através de uma encenação que contou com a alegada colaboração da Polícia Judiciária Militar (PJM), ditou assim a saída do ministro que, até há pouco tempo, não tinha sido implicado no sucedido.

Acontece que, de acordo com o que o ex-porta-voz da PJM, o ministro teve conhecimento da forma como o material foi recuperado, revelou o major Vasco Brazão às autoridades, afirmando que foi entregue no gabinete de Azeredo Lopes uma pasta com toda a informação, no final do ano passado. 

O major terá dito ainda em tribunal que o chefe do gabinete telefonou a Azeredo Lopes, à frente dos dois militares, dando conhecimento do caso, não havendo qualquer reação à informação

Azeredo Lopes apressou-se a negar tais acusações. "Queria dizer categoricamente que é totalmente falso que eu tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo. Não tive conhecimento de qualquer facto que me permitisse acreditar que terá havido um qualquer encobrimento na descoberta do material militar de Tancos", garantiu aos jornalistas. 

Apesar de o primeiro-ministro ter manifestado apoio ao ministro, inclusive ao seu lado e publicamente, a verdade é que as pressões para a sua saída foram surgindo de vários lados, apontando as últimas notícias para a inevitabilidade da demissão de Azeredo Lopes. O jornal Público, por exemplo, noticiou esta sexta-feira que a saída do ministro já era defendida dentro do Governo. O mesmo jornal escrevia que o próprio Presidente da República, que nunca quis comentar a polémica, preferindo esperar que se apurasse "toda a verdade" dos factos na investigação, preferia uma rápida saída do ministro. 

Esta quarta-feira, no debate quinzenal no Parlamento, o líder da bancada parlamentar do PSD, Fernando Negrão, confrontou o António Costa sobre se o ministro tinha ou não tido conhecimento da documentação que supostamente chegou ao gabinete de Azeredo Lopes. Costa disse desconhecer o documento e voltou a manifestar apoio ao ministro

Já esta quinta-feira, Rui Rio voltou a dizer aquilo que já havia dito anteriormente, mas de forma mais incisiva. Se fosse consigo, Azeredo Lopes já teria "saído pelo próprio pé".  

Na carta que enviou a António Costa, Azeredo Lopes explicou que saía do Governo para evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos.

"Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a agência Lusa teve acesso. 

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, “direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto”.

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