Para o social-democrata Carlos Abreu Amorim não há dúvidas: “Tal como aconteceu com Constança Urbano de Sousa, Costa vai manter Azeredo Lopes até ao limite do (des)razoável”.
E vai fazê-lo, sublinha o deputado, por “mero interesse político próprio”.
Por isso, Carlos Abreu Amorim garante que o “ainda ministro só deixará de o ser quando os principais efeitos nocivos do caso Tancos se tiverem esgotado sobre a sua cabeça”, acrescentando que o “papel político que lhe cumpre servir é de uma simplicidade elementar: fazer de guarda-chuva a Costa e restar em estado politicamente mumificado até deixar de ser útil”.
Face ao exposto, o deputado do PSD diz que “é claro” que Azeredo Lopes foi informado pelo seu chefe do gabinete de tudo o que se estava a passar, da mesma forma que é “mais do que evidente que o ministro falou com Costa”.
“Mas também é claro que nunca o admitirão. A não ser que sejam forçados por factos supervenientes. Aguardemos, então...”, remata o social-democrata.
O comentário do deputado Carlos Abreu Amorim foi publicado no mesmo dia em que o jornal Público noticia que a saída do ministro da Defesa já é defendida no seio do Governo e até pelo Presidente da República. A publicação revela, aliás, que este é um cenário que deverá confirmar-se após a aprovação do Orçamento do Estado, isto se Azeredo Lopes não for antes constituído arguido - condição que obriga o governante a cessar funções imediatamente.
Acontece que, escreve o Público, o primeiro-ministro quer fazer o mesmo que fez com a ex-ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Costa quer usar Azeredo como "escudo", tal como aconteceu com a ex-governante.