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Chumbo do TdC a empréstimo foi "uma machadada" em Gondomar

O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, eleito em outubro para um segundo mandato, considerou o chumbo do Tribunal de Contas (TdC) ao empréstimo para saldar a dívida à EDP "uma machadada" no primeiro ano pós-autárquicas.

Chumbo do TdC a empréstimo foi "uma machadada" em Gondomar
Notícias ao Minuto

10:27 - 30/09/18 por Lusa

Política Autárquicas

"Não contávamos e que não conseguimos encontrar forma legal de contornar esta situação. Já falámos com toda a gente do Governo, desde secretário de Estado da Energia até ao ministro da Economia e primeiro-ministro, e ninguém consegue perceber como é que um contrato que permite poupar 20 milhões de euros ao erário público é chumbado com base num preciosismo", disse Marco Martins.

O autarca socialista, que fez à agência Lusa um balanço do primeiro ano após ter sido reconduzido na liderança de Gondomar, salientou que estes primeiros 12 meses estão a ser marcados pela "tentativa de evitar recorrer ao saneamento financeiro" numa Câmara com cerca de 98 milhões de euros de dívida.

Em causa está o pedido de empréstimo para saldar uma dívida à EDP que tem mais de 20 anos e que ronda os 50 milhões de euros, tendo o executivo de maioria socialista anunciado em abril do ano passado que tinha conseguido um perdão de 20 milhões e que queria pagar de uma vez 28,8 milhões de euros, mas o TdC não deu visto ao pedido de empréstimo.

"Isto é resultado de uma clara intromissão do TdC naquilo que é a legitimidade do poder local. Por um conjunto de erros dos meus antecessores não queria eu ficar com o carimbo do saneamento financeiro, nem Gondomar merece isso", apontou Marco Martins.

O autarca, que lidera com maioria ao lado de mais cinco vereadores socialistas, lamentou que Gondomar, distrito do Porto, "não tenha capacidade de endividamento", razão pela qual "continua sem poder contratar pessoas para renovar os recursos humanos".

Mas esta não é uma visão partilhada por toda a oposição que é formada pelo grupo independente de Valentim Loureiro (dois vereadores), pela CDU (dois eleitos) e pela coligação PSD/CDS-PP (um vereador).

Em declarações à agência Lusa, Daniel Vieira, eleito pelo PCP/PEV, considerou que este primeiro ano de mandato ficou marcado "negativamente" pela "má gestão do dossiê EDP": "O PS fez uma grande propaganda da redução da dívida e no final nada aconteceu como anunciado".

Também o Movimento liderado por Valentim Loureiro, numa nota enviada à Lusa, resume o primeiro ano pós-autárquicas 2017 com a expressão "muita parra, mas pouca uva", afirmando que foram feitas "muitas deliberações, ainda mais anúncios e constantes publicações nas redes sociais, mas, em termos de trabalho, muito pouco", e critica o PS por "justificar o pouco que faz com as eternas questões do passado e das supostas heranças".

Por sua vez, o vereador do PSD/CDS-PP, Rafael Amorim, destacou como marca deste primeiro ano pós-eleições o "agravamento da vida dos gondomarenses", criticado aumentos nas rendas, IMI, água, saneamento e taxa de resíduos sólidos.

Já questionado sobre a relação institucional com o executivo, Rafael Amorim falou em "salutar convivência", ainda que saliente: "O estilo socialista não é o meu, pois geram muitas expectativas que depois não cumprem".

À mesma pergunta, Daniel Vieira respondeu com a palavra "negativo", apontando que a equipa de Marco Martins "não acolheu nenhuma das propostas e sugestões da CDU".

"E não há reunião de Câmara na qual não apresentemos sugestões de melhoria para vários temas e processos", disse o vereador.

Sobre esta matéria, Marco Martins considerou que "os vereadores independentes têm tido uma postura construtiva fruto da experiência de quem já passou pela Câmara", enquanto o PSD/CDS-PP tem, do ponto de vista do presidente socialista, "procurado construir soluções", sendo "a CDU o único que parece continuar em campanha eleitoral com constantes comunicados e mentiras".

Por fim, Marco Martins enumerou o intercetor de Rio Tinto, obra levada a cabo em parceria com a Câmara do Porto, a rede de parques urbanos, a conclusão do saneamento, a reestruturação do cais da Lixa, o prolongamento do POLIS e do metro do Porto para o centro de Gondomar, como projetos estruturantes que estão em curso ou fase de arranque.

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