"Nós queremos conquistar a Câmara Municipal do Porto. Não queremos fazê-lo por casa do partido, queremos fazê-lo porque acreditamos que o PSD será capaz de protagonizar e de concretizar o melhor projeto para a cidade e aquele que a maioria dos portuenses se reveja. É isso que eu considero que os portuenses esperam de um PSD que, obviamente, parte de um resultado menos positivo em 2017, mas que pretende reconciliar-se com a cidade do porto", afirmou.

O prazo para a apresentação das candidaturas terminou na terça-feira, sem que tenha surgido mais nenhuma lista, além da encabeçada por Hugo Neto.

Em declarações à Lusa, o atual vice-presidente da concelhia do PSD/Porto, garantiu que as "divergências pontuais" internas não vão interferir no projeto do PSD para o Porto mas assumiu que na escolha dos vários órgãos procurou acomodar "diferentes sensibilidades".

"Não temo de todo esse contágio. O nosso objetivo é o Porto. É voltar a colocar o PSD ao serviço da cidade, num primeiro momento na construção de um projeto alternativo, num segundo momento na concretização desse mesmo projeto. Não por causa do PSD, mas porque acreditamos que a cidade vai ficar a ganhar", assinalou.

Segundo o candidato, "este é um objetivo que tem a ver com cidade, e, portanto, isso é uma coisa que estará acima de quaisquer divergências pontuais ou conjunturais", defendeu.

Para Hugo Neto, a atual governação autárquica tem "ficado claramente aquém daquilo que a cidade merece", nomeadamente no que diz respeito à qualidade de vida dos portuenses que viram os serviços camarários deteriorar-se ao longo dos últimos anos como consequência do crescimento do turismo.

"A verdade é que os serviços da câmara não foram capazes de, durante este período, que já é um período longo, serem capazes de se ajustar e ajustarem as suas respostas às novas dinâmicas que a cidade foi assistindo e isso levou a uma deterioração da qualidade de vida dos cidadãos", realçou.

Segundo Hugo Neto, "isso nota-se desde a limpeza urbana, até ao transito até aquilo que é a manutenção do espaço público", sendo tudo isso "áreas em que os portuenses claramente percebem a resposta da autarquia tem menos qualidade e está abaixo daquilo que a cidade merece".

O social-democrata lembrou também que "ainda há questões que não foram devidamente esclarecidas", como é o caso das construções na escarpa da Arrábida" cujas respostas, avisou, devem ser dadas, não ao PSD, mas aos portuenses.

O atual vice-presidente da concelhia garantiu ainda que o partido será, até às eleições autárquicas de 2021, "uma oposição responsável, mas firme na defesa dos interesses da cidade", prosseguindo um caminho de abertura, como o que estava já ser feito com os conselhos estratégicos, e de construção de um projeto alternativo de cidade.

"Nós queremos ter connosco os melhores da cidade, da região, esse é um eixo fundamental, a abertura a simpatizantes, a não militantes e independentes. Nós queremos construir um projeto alternativo de cidade, ou um projeto de cidade alternativo àquele que hoje é preconizado pelo atual executivo e queremos fazê-lo de forma simultaneamente ambiciosa, mas credível e sustentada e queremos connosco os melhores do Porto", defendeu.

Para além desta questão, acrescentou, há um outro eixo estratégico fundamental que tem a ver com proximidade, o que significa "um envolvimento que vai para além daquilo que é a equipa da comissão política ou dos órgãos eleitos" e que pressupõe um diagnóstico constante aos problemas da cidade e a correspondente apresentação de propostas de solução para os problemas diagnosticados.